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Comércio de rua abranda no final de 2009

Por a 11 de Janeiro de 2010 as 2:00

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De acordo com o mais recente informação de mercado da Aguirre Newman, relativa ao 3º trimestre de 2009, o comércio de rua continuou a verificar um abrandamento no que concerne a negócios realizados, tendo para esta realidade contribuído o actual clima de recessão generalizada, bem como a já habitual dificuldade dos lojistas em encontrar espaços comerciais capazes de satisfazer as suas necessidades.

A Aguirre Newman refere, contudo, que “a crescente saturação de outros formatos como os centros comerciais e a necessidade de os retalhistas encontrarem outras soluções tinha vindo a imprimir uma dinâmica maior ao comércio de rua”.

Em termos de oferta, o “ressurgir” do comércio de rua tem vindo a ter alguma expressão no centro histórico da cidade de Lisboa, nomeadamente no Chiado na Rua Garrett, salientando a consultora que as zonas de escritórios da cidade são geradoras de importantes fluxos, o que desperta igualmente o interesse dos operadores no Parque das Nações (Avenida D. João II) e Avenida da República, entre o Saldanha e Campo Pequeno.

No terceiro trimestre continuou a verificar-se uma retracção dos retalhistas no que concerne à sua expansão, e, por outro lado, ocorreram algumas desistências/adiamentos de marcas internacionais em entrar no mercado nacional. No entanto, registou-se alguma procura por parte de operadores de menor dimensão, que até à data estavam parados, e que viram neste enquadramento uma oportunidade para se expandirem.

Relativamente a novas aberturas, a Aguirre Newman destaca a ida da Sacoor para o Chiado (Rua Nova do Almada), bem como da Lanidor para o Chiado (Rua Garrett), para a antiga loja da Cartier.

No período de Janeiro a Setembro do ano em curso, verificou-se um aumento de espaços de comércio disponíveis, fora dos eixos Prime, por força da saída de algumas “marcas” do nosso País e pela colocação de fracções novas no mercado. Nos eixos Prime tem-se verificado uma maior disponibilidade por parte de alguns lojistas para negociação de espaços, que passam pela figura do trespasse.

Relativamente às rendas praticadas nas transacções de espaços comercias de rua, os proprietários mostram-se mais receptivos a negociar. No entanto, nas zonas Prime essa flexibilidade é menor ou mesmo inexistente consoante o imóvel a transaccionar.

Quanto aos centros comerciais, o mercado abrandou neste final de ano, conforme atesta o Índice FootFall para Portugal com uma queda acumulada em Novembro de 5,36% face a igual período no ano transacto. O Índice mostra alterações percentuais de um mês face ao anterior no número total de visitantes de âmbito nacional.

Ainda assim, de Janeiro a Novembro do corrente ano, foram inaugurados nove centros comerciais, totalizando 292.984 m2 de ABL, e cinco retail parks, totalizando 54.894 m2 de ABL (em 2008 foram inaugurados onze centros comerciais num total de 305.956 m2 de ABL). Estes números traduzem um incremento de cerca de 9% no número de centros comerciais e de cerca de 12% na ABL.

O facto do território nacional se encontrar praticamente todo coberto por este tipo de superfícies, reduzindo a sua área de influência, aliado ainda ao facto de Portugal apresentar uma ABL/1.000 habitantes (aproximadamente 233 m2 ABL/1.000 habitantes) em 2008 superior à média europeia (aproximadamente 195 m2 ABL/1.000 habitantes, para a média dos 27 países) e a países como França, Itália e Alemanha, indiciam uma saturação deste mercado.

Em termos de oferta futura, estão previstos para 2010 e 2011 mais de 500.000 m2 de novos projectos comerciais, admitindo a Aguirre Newman que “alguns destes projectos possam vir a ser adiados em função da evolução da conjuntura económica”.

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