Distribuição

Véspera de Natal com greve na distribuição

Por a 16 de Dezembro de 2009 as 2:00

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Num nota com o título “Empresas da grande distribuição querem regresso à escravatura”, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) refere que “os trabalhadores não aceitam os chamados ‘horários médios ilegais’, as ilegais escalas diárias, comunicadas na véspera, os ‘sacos’ os ‘bancos de horas’, o trabalho extraordinário não registado e não pago, a divisão horária por seis dias por semana, suprimindo um dia de descanso semanal”.

Assim, os trabalhadores apresentaram, ontem, Terça-feira, um pré-aviso de greve para a véspera de Natal, ou seja, dia 24 de Dezembro, contestando, assim, “o aumento do período normal de trabalho até às 60 horas semanais”.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) já veio classificar este pré-aviso de greve como uma “posição sindical extremista”, salientando que o sector da distribuição é um dos “mais dinâmicos da actividade económica e as suas empresas, mesmo em situações de crise como a que vivemos, geram valor, fazem investimentos, criam emprego aos portugueses e dão formação aos seus trabalhadores, e, de um modo geral, pagam salários superiores aos mínimos estabelecidos, pelo que não se compreendem as razões desta lamentável atitude dos sindicatos”, considerando ainda “altamente irresponsável esta atitude que, podendo atentar contra o normal funcionamento do comércio nesta época do ano, põe em causa o direito ao abastecimento dos consumidores e das famílias portuguesas”.

A proposta de revisão do período de trabalho foi apresentada em Novembro pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e para além das 60 horas semanais, “os patrões do sector da distribuição defendem mais contratação a termo e aumentos salariais acumulados de um por cento em 2009 e no próximo ano”, refere a CESP.

À Antena 1, Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), sublinhou que as negociações estão em curso, mas que nenhuma das partes dá sinais de querer ceder. “Esta proposta pretende liquidar a totalidade dos direitos que os trabalhadores têm em termos de organização do tempo de trabalho, pretende impor a precariedade completa aos trabalhadores, para dessa forma se poder despedir os trabalhadores ao fim de dois anos sem qualquer consequência”, afirmou a dirigente do CESP à rádio.

Em comunicado enviado às redacções, a APED salienta que “a esmagadora maioria dos trabalhadores do sector tem demonstrado, ao longo dos anos, um enorme sentido cívico, espírito de serviço e de responsabilidade no exercício da sua actividade laboral pelo que acreditamos que não irão corresponder a esta ameaça de greve”.

Finalmente, a APED “não aceita, a pretexto da negociação do contrato colectivo de trabalho, formas de pressão desta natureza que desvirtuam o próprio sentido da greve e assegura que as empresas procederão no sentido de responder e fazer face às eventuais dificuldades que os consumidores possam vir a sentir nas suas compras”.

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