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Governo espanhol em ‘guerra’ com Mercadona

Por a 23 de Novembro de 2009 as 2:00

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“Guerra total entre Governo e Mercadona”. É desta forma que o website eleconomista.es se refere à reunião privada entre a ministra da Agricultura espanhola, Elena Espinosa, e Juan Roig, presidente da Mercadona.

Enquanto a ministra acusou o retalhista de estar a destruir emprego, Roig, respondeu, criticando o Executivo de Zapatero por este ter deixado cair um grupo como a SOS.

A troca de galhardetes foi, no entanto, mais além, confrontando a ministra o responsável do grupo com a expulsão de 800 marcas dos supermercados da insígnia e forte pressão exercida por este nos preços impostos aos fornecedores, obrigando-os a vender quase com perdas para manterem a sua presença nos lineares da Mercadona.

O confronto, segundo o eleconomista.es, estalou durante a realização do Congresso Anual da AECOC (Associação Espanhola de Codificação Comercial), confrontando Espinosa o presidente da Mercadona com a seguinte frase: “Não estou de acordo com o que está a fazer e tenho dados do efeito que essa estratégia está a ter no emprego”. Roig não se fez gorado e perguntou “que dados”, salientando que “os nossos fornecedores investem e criam emprego. Nós é que estamos a defender a indústria alimentar, não vocês, que deixaram cair uma multinacional como a SOS”.

Admitindo que “o ano de 2010 será pior que 2009”, Roig não reconheceu, segundo o website espanhol, os custos económicos da decisão do retalhista. A empresa, que já manifestou intenção de acelerar a expansão internacional, sofreu uma forte quebra das suas margens no final do primeiro semestre de 2009, em consequência do abrandamento dos preços, obrigando-a a alterar a estratégia comercial e voltar a introduzir algumas marcas de fabricante e travar o plano de expansão nacional.

De referir que, em Espanha, a Mercadona reduziu os preços em 17% para manter vendas e, assim, conseguir, segundo a empresa, poupar 2.000 milhões de euros – razão essa que levou à expulsão de um grande número de fabricantes que não estavam de acordo com essa medida – mas que teve um impacto directo nos resultados.

Mesmo assim, o retalhista mantém o objectivo de chegar ao final do actual exercício com uma quebra de 50% nos lucros. Em 2008, os lucros da Mercadona atingiram os 320 milhões de euros, estimando que no final de 2009 esse valor ronde os 160 milhões.

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