Distribuição

Retalho perde 40.000 euros por hora

Por a 13 de Novembro de 2009 as 2:00

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Segundo o Global Retail Theft Barometer, realizado pelo Centre for Retail Research, patrocinado pela Checkpoint, a taxa de perda desconhecida atingiu – entre Julho 2008 e Junho 2009 – os 344 milhões de euros, representando 1,26% das vendas totais do retalho português, ou seja, segundo explicou Paulo Borges, Marketing Manager da Checkpoint para a Europa e América do Sul, “o retalho nacional perde por hora 40.000 euros”.

Na apresentação realizada ontem, Quinta-feira, os dados da Checkpoint indicam que, se dividirmos este valor global pelas famílias portuguesas, o custo por família rondaria os 94 euros.

De realçar, no entanto, que a performance portuguesa é bem melhor que os restantes países europeus, mantendo-se a taxa inferior à média europeia (1,33%) e média global (1,43%). Na realidade, desde 2004, que a taxa da perda portuguesa tem registado um decréscimo, encontrando-se, há dois anos, abaixo da taxa de perda de Espanha e da média europeia.

Quanto à origem da perda desconhecida, nada de novo no mercado nacional, ou seja, o cliente continua a ser a principal origem (48,7%), seguido dos empregados (27,5%), erros internos (17%) e fornecedores (6,8%). Aliás, Portugal foi o terceiro país em que se verificou um menor aumento do roubo por clientes (201,%), atrás da China (13,6%) e Singapura (11,8%).

De referir, também, que, em termos de custo do crime, o valor atingiu 376 milhões de euros, em Portugal, dos quais 286 milhões correspondem a crimes por furto e 90 milhões de euros ao investimento efectuado em sistemas de protecção, salientando Paulo Borges que “os retalhistas têm sabido adaptar-se e implementar soluções inovadoras e eficazes na redução da perda”. Na realidade, admitiu o responsável da empresa, “Portugal não fica atrás de qualquer país europeu ou mesmo mundial, praticando-se no nosso País o que de melhor de faz por esse mundo fora”.

Presentes na apresentação do estudo tiveram, também, Silvestre Machado, director Nacional de Segurança do grupo Auchan Portugal, e José Silva Ferreira, director de Operações do grupo Jerónimo Martins, tendo o responsável da Jerónimo Martins admitido que as perdas do grupo “não vão além dos 0,35%”.

Foi, aliás, o responsável da Jerónimo Martins que salientou que “a própria indústria tem sido muito pouco colaborativa na prevenção das quebras e na aplicação de tecnologia e soluções que previnam o roubo”. Questionado, contudo, se essa realidade poderia significar uma possível futura taxa sobre os fornecedores, Silva Ferreira admitiu que”essa questão não se coloca”, deixando a mensagem que “as quebras preocupam-nos, mas não são preocupantes”.

Quanto à realidade mundial, o estudo da Checkpoint indica que a perda desconhecida global aumentou 5,9% para 84,165 mil milhões de euros, representando 1,43% das vendas do retalho, ou seja, o equivalente a 152 euros de custo por família a nível global.

Entre os produtos mais vulneráveis, o estudo destaca a roupa, alimentos gourmet, cosméticos/saúde e beleza, além dos vídeos e jogos. De realçar que 31,4% dos artigos mais furtados não são protegidos.

Já Silvestre Machado, da Auchan, salientou que “apesar da recessão, os retalhistas nacionais estão interessados no tema das quebras, principalmente, no acesso à informação”.

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