Não Alimentar

Cores e sabores da Andaluzia

Por a 6 de Novembro de 2009 as 5:51

 extenda.jpg

Por ser um destino mais barato, há mais empresas andaluzas a exportar para o País. Sobretudo, têxteis e produtos agro-alimentares.

EUA e China são considerados o “El Dourado” nas estratégias de exportação das empresas europeias mas a crise trocou as voltas às intenções dos empresários. Com orçamentos magros para enviar os produtos e serviços para destinos longínquos, o velho continente tornou-se o destino preferencial de exportação.

Fátima del Pino, directora-geral da Extenda, a Agência Andaluza de Promoção Externa, disse ao Hipersuper que, quando montou o escritório da empresa que dirige em Portugal, em 2004, “era pouco o interesse por Portugal”.

A crise “acabou por beneficiar o nosso trabalho porque as empresas andaluzas apostam agora mais facilmente em Portugal do que na China, por causa da distância geográfica e do investimento que isso acarreta”.

Mas nem só a crise contribuiu para reforçar o investimento andaluz em Portugal. Em 2006, o Governo português lançou uma forte campanha publicitária em Espanha para promover o turismo. “O impacto foi enorme.

Até então, em Espanha só se falava em França. Mas, esses spots publicitários despertaram atenção dos empresários para o mercado português”. É mais uma prova de que quem não aparece esquece.

Actualmente, Portugal figura no topo do ranking das exportações andaluzas e desengane-se quem pensa que o sector agro-alimentar é “soberano” na lista das mercadorias que as empresas de Sevilha, Málaga, Cádis, Granada, Huelva, Córdova, Jaén e Almeria vendem a Portugal.

“O sector de moda e complementos cresceu imenso nos últimos anos e partilha o primeiro lugar com a área agro-alimentar. Na Andaluzia estão instaladas as principais industrias de moda”.

Calçado para militares, carros de combate e viaturas para bombeiros, são alguns exemplos, da panóplia de produtos que compramos às 300 empresas que a Extenda representa.

Alimentaria Lisboa, não
Em média, cada empresa tem em Portugal entre três a quatro distribuidores, embora dependa do produto a comercializar e dos objectivos. Estes produtos estão à venda, no caso da industria têxtil, em pequenas lojas multi-marca. O Horeca tem um peso reduzido “porque é difícil, trabalha sem marca”. Já a Moderna Distribuição, dá cartas no sector alimentar. A Cigala é um bom exemplo de uma marca andaluza implantada há muitos anos na distribuição portuguesa. Mas há mais. “Cerca de 60% do azeite que Portugal consome é importado a granel da Andaluzia, onde é produzido, pelas principais marcas de azeite portuguesas. No sector do vinho, também acontece”.

Fátima del Pino já propôs ao Governo Autónomo da Andaluzia, entidade que tutela a Extenda, os projectos que ambiciona desenvolver em Portugal no próximo ano.
Quer

“fazer uma feira gastronómica nos principais restaurantes do país com um menu exclusivamente andaluz”. Promover um “showroom” de produtos daquela região espanhola.

“Basicamente, é uma mostra onde se reúnem 30 empresas de gastronomia e vários agentes do sector alimentar: chefes de compras de grande distribuição, restaurantes, hotéis e lojas delicatessen. A meta é fazer um primeiro contacto através da degustação”.

E participar na feira Alimentaria Lisboa faz parte dos planos? Não. “Apesar de ser a principal feira do sector em Portugal, o nosso departamento central selecciona 15 a 20 feiras a nível internacional para participar todos os anos e a Alimentaria não é uma delas”.

A Extenda tem ainda uma nova competência: “ajudar as empresas portuguesas a investir na Andaluzia”, um território que representa 17,3% de Espanha e é maior do que a Bélgica ou a Holanda.

Além de Portugal, tem mais 20 escritórios em 19 países, desde o México à Rússia.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *