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Procura por comércio de rua abranda

Por a 29 de Outubro de 2009 as 2:00

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De acordo com a mais recente informação de mercado da Aguirre Newman, no início deste ano verificou-se um abrandamento do comércio de rua devido ao actual clima de recessão generalizada. No entanto, é de referir que a crescente saturação de outros formatos como os centros comerciais e a necessidade de os retalhistas encontrarem outras soluções tinha vindo a imprimir uma dinâmica maior ao comércio de rua.

O “ressurgir” do comércio de rua tem vindo a ter alguma expressão no centro histórico da cidade, nomeadamente no Chiado na Rua Garrett, sua principal artéria comercial. A Avenida 24 de Julho (Santos) é outro eixo comercial onde esse “ressurgimento” é visível com os espaços comerciais a serem ocupados por lojas de Decoração e Gourmet, entre outras.

De acordo com a informação da consultora, “as zonas de escritórios da cidade são geradoras de importantes fluxos, o que desperta igualmente o interesse dos operadores no Parque das Nações (Avenida D. João II) e Avenida da República, entre o Saldanha e Campo Pequeno”.

“O primeiro semestre registou uma diminuição da procura em consequência do enquadramento económico actual. É evidente uma maior retracção dos retalhistas no que concerne à sua expansão. Por outro lado, ocorreram algumas desistências/adiamentos de marcas internacionais em entrar no mercado nacional”, refere a Aguirre Newman.

Neste período, Portugal sentiu ainda o impacto da quebra das vendas na indústria de luxo, nomeadamente através do encerramento da loja Cartier no Chiado. Também a Hugo Boss manteve as lojas, mas encerrou os “showroom’s” e operações em Portugal. “As marcas que não pertencem a grandes grupos estão com dificuldades acrescidas mas até as insígnias que têm uma boa base financeira começam a ter dificuldades”, salienta a consultora.

Relativamente às rendas praticadas nas transacções de espaços comercias de rua, os proprietários mostram-se mais receptivos a negociar. Ainda assim, alguns proprietários continuam a defender a “actualidade” dos valores praticados junto da procura, aceitando revê-los já numa fase tardia da negociação.

Quanto ao mercado de Centros Comerciais, registou um abrandamento no início do ano. “O facto do território nacional se encontrar praticamente todo coberto por este tipo de superfícies, reduzindo a sua área de influência, aliado ainda ao facto de Portugal apresentar uma ABL/1.000 habitantes (aprox. 233 m2 ABL / 1.000 habitantes) em 2008 superior à média europeia (aprox. 195 m2 ABL/1.000 habitantes, para a média dos 27 países) e a países como França, Itália e Alemanha, indiciam uma saturação deste mercado”, salienta Aguirre Newman.

Para além destes factos, fruto do actual clima económico, constituem uma realidade a diminuição do poder de compra das famílias e a acrescida dificuldade na obtenção de crédito.

Como resultado, os operadores procuram, por um lado, colocar uma tónica inovadora e/ou diferenciadora nos projectos comerciais e por outro, adiar ou adaptar os projectos em pipeline.

Ainda assim, destacam-se nestes primeiros meses do ano a abertura de Portimão Retail Center em Março com uma ABL de 11.966 m2, a abertura de Ria Shopping Olhão em Abril com uma ABL de 14.260 m2 e a abertura do Dolce Vita Tejo em Maio com uma ABL de 122.000 m2.

Em termos de oferta futura, espera-se algum abrandamento em resultado da incerteza quanto a alguns projectos, mas o volume de ABL com data de abertura prevista para 2009/2010/2011 é significativo.

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