Distribuição

Vendas em alta no Carrefour que anuncia saída da Rússia

Por a 19 de Outubro de 2009 as 2:00

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O segundo maior retalhista mundial anunciou recentemente os resultados para o final do terceiro trimestre de 2009 onde obteve um crescimento de 0,8% (excluindo combustíveis) face a igual período de 2008, totalizando 70,178 mil milhões de euros nos nove meses do actual ano fiscal. Para o terceiro trimestre de 2009, o Carrefour indica uma subida de 0,5% (excluindo combustíveis) para 24,018 mil milhões de euros.

Quanto aos mercados onde opera, o grupo francês apresenta uma descida nos mercado europeus, enquanto nos mercados emergentes, a evolução foi positivo nos três trimestres de 2009. Assim, o mercado doméstico decresceu 0,9% para 30,133 mil milhões de euros, enquanto a restante Europa sofreu uma descida de 2,7%, totalizando receitas de 24,948 mil milhões de euros.

Em contraste, as regiões emergentes subiram, com destaque para a operação na América Latina onde o Carrrefour subiu a facturação, nos nove meses, em 15,2% para 9,503 mil milhões de euros, enquanto na Ásia a evolução foi de 3,5% para 5,594 mil milhões de euros.

No terceiro trimestre a situação não foi muito diferente, ou seja, descida nos mercados maduros e subida nos emergentes. Assim, França verificou um decréscimo de 1,2% nas vendas para 10,4 mil milhões de euros e o restante mercado europeu desceu 3,2% para 8,463 mil milhões de euros. Tal como na análise dos três trimestre de 2009, a América Latina registou uma subida de 14,5% na facturação para 3,368 mil milhões de euros e a Ásia um crescimento de 2,6% para 1,787 mil milhões de euros.

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Comentando estes resultados, no comunicado do Carrefour, Lars Olofsson, CEO do grupo francês, refere que “num ambiente muito difícil, mais concretamente nos mercado da Europa Ocidental, a performance das vendas no terceiro trimestre do Carrefour demonstraram a importância da estratégia multi-formato. O grupo continua a ganhar quota de mercado em França, reflectindo o sucesso do Carrefour Market, que contrapõe as vendas do terceiro trimestre dos nossos hipermercados. Os mercados de crescimento do grupo, particularmente a América Latina, continuam a registar crescimentos dinâmicos”.

O responsável do segundo maior retalhista mundial adianta ainda que “para o quarto trimestre continuaremos os nossos esforços comerciais, mantendo os nossos objectivos, continuando o foco na perseguição da nossa estratégia e implementação do plano de transformação que permitam ao Carrefour chegar à liderança nos seus mercados”.

No que diz respeito ao mercado português, o Carrefour indica uma descida de 4,3% nas receitas referentes ao terceiro trimestre para 239 milhões de euros, enquanto nos três trimestre de 2009, o saldo é positivo, ou seja, uma subida de 0,2% para 691 milhões de euros.

Operando um total de 15.594 lojas (1.370 hipermercados, 2.945 supermercados, 6.320 hard discounts, 4.815 lojas de conveniência e 144 cash&carry), o Carrefour anunciou a decisão de se desfazer da operação russa e sair do mercado, “dado a falta de perspectivas de crescimento orgânico suficiente e oportunidades de aquisição, tanto a curto como a médio prazo e que permitissem ao Carrefour chegar à posição de liderança”.

No seguimento do que já fizera em Portugal, onde vendeu a operação de hipermercados à Sonae Distribuição por cerca de 660 milhões de euros, a estratégia do Carrefour mentém-se, ou seja, onde não consegue ser líder de mercado, a preferência vai para a saída desse mesmo mercado.

O Carrefour está presente na Rússia desde 2008 e tem, actualmente, dois hipermercados, em Moscou (aberto há apenas quatro meses) e em Krasnodar.

De referir que foi ainda há menos de 15 dias que o Carrefour desmentira que estivesse a planear a venda das suas actividades em mercados emergentes. Numa breve nota, o retalhista referia que sua prioridade eram os negócios na França, Bélgica, Espanha e Itália. “E, no médio e longo prazo, os mercados emergentes, particularmente Brasil e China”.

A nota foi emitida após reportagens do jornal francês Le Monde. Primeiro, o jornal publicara que os dois maiores accionistas do Carrefour, o fundo Colony Capital LLC e o multi-milionário Bernard Arnault, estariam a exercer pressões para que o grupo vendesse as operações nos países emergentes, como o Brasil e a China. Depois, noutra notícia, o Carrefour revelava que os accionistas teriam mudado de ideia – a saída dos emergentes em bloco poderia passar a impressão de “desmantelamento”. Mas a venda das operações sul-americanas (Brasil, Argentina e Colômbia) estaria “seriamente a ser avaliada “, segundo o jornal francês. Afinal, a contemplada foi a Rússia.

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