O consumidor mudado
Não dá para ignorar: os consumidores não são mais os mesmos. Perderam aquela ânsia de comprar dos tempos de bonança e quando entram numa loja já não abrem a carteira como antigamente.
De acordo com a estudo ‘A crise no mundo’, realizada pelo Ibope em parceria com a rede World Wide Independent Network of Market Research, 52% da população de 25 países estudados, já diminuíram as suas despesas com vestuário, calçados e acessórios, 48% deixaram de comprar móveis e electrodomésticos e a mesma percentagem tem ido menos ao cinema, espectáculos e restaurantes.
Para se adaptar ao novo comportamento do consumidor, não basta seguir a tradicional cartilha do retalho, concluindo os especialistas que “é preciso fazer mais e melhor”. Ou seja, “transformar a venda numa experiência de compra, comunicar-se de forma objectiva e personalizada com o público-alvo, lançar mão da tecnologia, sem descuidar do atendimento primoroso e personalizado”.
Entre as 30 dicas que o estudo dá aos retalhistas, Brian Dyches, director internacional do Retail Design Institute refere que “uma proposta de marketing bem-humorada, no mínimo, chama a atenção. Ainda mais quando o mundo vive um momento de grande instabilidade”.
Para outros, se o cliente está reticente, “que tal eliminar as barreiras de acesso à loja? Diga ‘não’ aos vendedores com ar de superioridade, aos balcões e, se for o caso, até à porta de entrada. Quanto mais o produto puder ser tocado, maior será a hipótese de venda”.
Outros dos pontos importantes passa por “entregar ao consumidor mais pelo mesmo preço e criar opções mais económicas”.
Numa era das novas tecnologias, “criar sites menos complexos e fáceis de navegar” é outra das alterações que deverão ser adoptadas. “O consumidor costuma desistir da compra online quando tem que preencher várias informações pessoais, responder a uma infinidade de questões e passar por várias páginas até concluir a operação. É necessário diminuir o número de etapas a serem percorridas entre a escolha do produto e a finalização da compra, além de solicitar apenas as informações realmente necessárias”.
Finalmente, a interactividade, ou seja, “quanto mais o cliente puder interagir com a marca, melhor”.