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Pedro Cid, Director do Jumbo da Amadora

Por a 4 de Setembro de 2009 as 5:29

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“O Jumbo da Amadora  é uma loja multi-cultural”

Inaugurada em Maio do presente ano, a 28.ª loja do grupo Auchan e o 20.ª Jumbo, em Portugal, representaram um investimento de 37 milhões de euros, 430 postos de trabalho e 27.00 horas de formação.

São 10.000 m2 de Jumbo, mais 2.000 m2 de Box e entre 38.000 e 40.000 referências à disposição do cliente. Para o director da loja, Pedro Cid, “o número de visitantes, excedeu, de facto, as expectativas” nas primeiras semanas. Apresentando várias inovações no que diz respeito às formas de pagamento, o responsável espera um aumento do número de visitantes/clientes, “para mais sabendo que existem boas perspectivas para a abertura de escritórios na zona”.

Hipersuper (H): A 20.º loja da insígnia Jumbo, em Portugal, está inserida no maior centro comercial de Portugal. Que vantagens traz esta localização?
Pedro Cid (P.C.):
As vantagens são semelhantes às outras que temos com outras lojas. Estar inserido no maior centro comercial do País é, por si, uma vantagem.

H: Mas esta zona comercial está bem localizada?
P.C.:
Está muito bem localizada. Quando os acessos estiverem concluídos – IC16 e IC17 – temos, a 15 minutos, uma população de 2,5 milhões de pessoas, ou seja, um quarto da população de Portugal.

Efectivamente, trata-se de uma zona com poucos escritórios, com muita habitação, não sendo, por isso, um centro como as Amoreiras ou Colombo que estão dentro da cidade.

H: Mas esse ponto de não existirem escritórios à volta do centro é prejudicial? Porque essa realidade torna a loja uma loja de final de dia?
P.C.:
O Jumbo da Amadora, inserido no Dolce Vita, é um hipermercado típico. Ou seja, temos muito mais clientes de final de dia, do final da tarde para a frente e noite.

A partir das 20.00 horas temos muita afluência à loja, bem como aos fins-de-semana. Não se trata de uma loja típica de cidade. É uma loja típica de hipermercado.

H: E estar inserido neste centro comercial traz clientes ao Jumbo?
P.C.:
Traz clientes ao Jumbo como o Jumbo traz clientes ao centro comercial. Não nos podemos esquecer que ainda estamos na fase de abertura e há muitas pessoas que ainda têm de vir visitar o centro.

H: Que balanço faz destes primeiros tempos do Jumbo da Amadora? As expectativas foram ultrapassadas?
P.C.:
Em termos de números de visitantes, excedeu, de facto, as nossas expectativas. Tendo em conta todas as condicionantes de se tratar de um espaço novo, o que leva muitas pessoas a adiar a visita ao espaço por causa do receio de estar muito cheio, os números são satisfatórios.

A maior diferença deste centro e, por conseguinte, da nossa loja, é o facto de existir uma grande diversidade de clientes nesta zona. Esta é a grande diferença para a grande maioria dos centros comerciais e hipermercados em Portugal.

Nós temos desde cabo-verdianos, muçulmanos, árabes, indianos, guineenses, portugueses, etc.. Podemos até dizer que o Jumbo da Amadora é uma loja multi-cultural, com uma diversidade de clientes muito grande e que já se vê no resto da Europa.

H: E a loja vai ao encontro dessa multiculturalidade?
P.C.:
É isso que tentamos fazer desde o primeiro dia, uma loja para todos os clientes, quer em termos de classes sociais, quer em termos de diversidade de produtos.

H: Mas o Jumbo do Dolce Vita não está muito distante de outros pólos comerciais: Odivelas Parque, a cinco minutos do Continente de Telheiras, o próprio Jumbo de Alfragide. Existem, portanto, lojas muito perto do Jumbo da Amadora. Essa proximidade poderá funcionar como uma desvantagem ou depois dos acessos terminados a proximidade à cidade pode funcionar como vantagem?
P.C.:
A concorrência é boa e, nesta altura, isto é a forma de podermos mostrar as diferenças que existem entre os vários operadores.

Uma coisa posso garantir, na nossa zona de influência, não encontra uma loja mais barata. E não encontra uma loja com a variedade que oferecemos.

Em termos de inovação, facilidade de vida para o cliente, não só na compra ou quando vai fazer o pagamento, mas no dia-a-dia, o agrupamento das nossas secções. Podemos dizer que o Jumbo da Amadora são vários mini-mercados que formam um hipermercado.

H: Falou na inovação e na altura da inauguração destacaram um novo conceito self-discount. O que é e que mais-valias traz para o consumidor?
P.C.:
O self-discount é mais um mercado que criámos dentro do hipermercado. Tem todos os artigos básicos da loja juntos na mesma secção, em que o cliente pode comprar a quantidade que, de facto, necessita ao mais baixo preço. Basicamente, um cliente que queira comprar 100 gramas de cereais em vez de comprar uma embalagem inteira pode fazê-lo por um preço mais reduzido.

H: Mas esses produtos são de que marca: própria ou de fabricante?
P.C.:
Não têm marca. O objectivo é oferecer ao cliente o produto, com a mesma qualidade, mas ao preço mais baixo possível e na quantidade que ele deseja. Porque razão o cliente tem de comprar 250 gramas de cereais ou um saco de cebolas, se precisa só de 50 gramas de cereais ou uma cebola?

H: Este conceito é uma vantagem para o cliente, mas para a operação Jumbo é mais complicado?
P.C.:
Sim, é mais complicado. Mas a nossa função é traduzir dentro do hipermercado o que o cliente quer. A única vantagem para nós, é conseguirmos ter debaixo do mesmo tecto, tudo o que o cliente precisa.

H: É a primeira onde possuem este conceito?
P.C.:
Não, a primeira loja fui a de Setúbal.

H: Mas já possuem a experiência de Espanha e França?
P.C.:
Exacto, mas não lhe posso falar dessas operações.

H: O hipermercado possui também Caixas Quiq e Quiq Plus (ver caixa). Qual a diferença e que vantagens traz ao cliente da loja?
P.C.:
As Caixas Quiq são um tipo de solução em que o cliente faz a operação sozinho para pequenas quantidades, tornando-se muito mais rápida, paga automaticamente, paga e sai.

As Quiq Plus são uma excelente inovação e representam uma vantagem enorme para os clientes. Basicamente é uma adesão via Cartão Jumbo ou via cartão de crédito, em que depois de efectuada, à entrada da loja é dado um scanner, tipo leitor de código de barras, passa o cartão, aparecendo automaticamente o nome no visor, faz as suas compras, lendo os códigos dos produtos, podendo ver o somatório. No final chega a um terminal de pagamento, dá um clique num ecrã, sai o ticket e faz o pagamento exclusivamente com cartão Jumbo ou de crédito. Isto tudo sem intervenção de qualquer assistente de loja.

H: E se colocar um artigo dentro do carrinho e não fizer a leitura do código?
P.C.:
Nós partimos do princípio de que isso não acontece.

De qualquer maneira, fazemos auditorias aleatórias a clientes. Ou seja, aleatoriamente, uma operadora pede a um cliente que mostre o seu carrinho, lê todos os artigos para ver se está tudo correcto. Não estamos imunes a que possa acontecer um cliente levar algo que não leu com o scanner, mas isso todas as lojas têm, produtos que saem sem ser pagos.

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H: E a Via Jumbo?
P.C.:
É mais uma inovação. Tentamos que o processo de pagamento das compras seja mais rápido. Sabemos que é a parte mais difícil de todo um processo de compras, em que o cliente, sabendo que irá ter de pagar um valor, ainda tem de esperar para efectuar esse mesmo pagamento. No fundo é tornar todo o processo mais rápido para o cliente.

H: E já têm alguma noção de qual a solução preferida pelos clientes?
P.C.:
Em termos de participação, todas as soluções estão muito equilibradas.

H: O sortido desta loja é diferente das outras, dada a multiculturalidade dos clientes, ou é muito semelhante ao das restantes lojas?
P.C.:
Nós adaptamos as lojas à zona onde estão inseridas. São efectuados estudos que nos indicam que tipo de clientes a loja terá e tentamos adaptar o mais possível a oferta a esse tipo de cliente.

Na zona de influência do Jumbo temos desde classes altas a classes mais baixas e, portanto, temos de ter a capacidade de oferecer produtos a todo o tipo de clientes.

H: Quantas referência possui esta loja?
P.C.:
Entre 38.000 e 40.000 referências.

H: Existe equilíbrio entre marcas própria e marcas de fabricante?
P.C.:
Existe equilíbrio desde que existem as marcas próprias. Naturalmente que esse equilíbrio, de certa forma, é ditado pelo próprio cliente. Esta relação qualidade/preço é traduzida pelo cliente, ou seja, o que quer comprar e a que preço.

H: Nesse aspecto os operadores tiveram de ajustar-se?
P.C.:
Claro. Há lugar para todos.

H: Mas é indesmentível que o consumidor tem mais confiança nas marcas da distribuição?
P.C.:
A evolução foi, de facto, muito grande. Mas a confiança na qualidade era mais um preconceito, porque a qualidade existia.

Mas o mesmo se passa com as marcas de fornecedor. Há marcas que demoram mais tempo a entrar na mente do consumidor.

H: Na apresentação referiram, também, que o factor preço “é um dos principais eixos orientadores do Jumbo da Amadora”. Existe uma política diferente nesta loja?
P.C.:
Em relação a todas as outras lojas, temos, na realidade, uma política de ser mais baratos nas áreas onde nos situamos.

Naturalmente, que todo o director de loja Jumbo diz que é o mais barato, mas é-o na sua área.

Como é que garanto que sou mais barato que a minha concorrência? É fácil de demonstrá-lo aos clientes quando fazem as suas compras e é fácil demonstrá-lo internamente.

H: Outra inovação do grupo no centro é a creche Jumbo. Destina-se somente aos funcionários Jumbo ao está aberta à população?
P.C.:
Abre-se a toda a população. No entanto, a creche não pertence ao Jumbo, mas sim à Fundação Pão de Açúcar Auchan.

Essencialmente damos preferência aos nossos colaboradores. No entanto, a creche possui capacidade para 132 crianças e, não havendo, no caso da loja, lotação para preencher todos os lugares, abrimos a creche aos restantes colaboradores do centro comercial e depois à comunidade em geral.

H: E que perspectivas possuem para o futuro desta loja, sabendo que os acessos estarão finalizados em breve?
P.C.:
Inserida no maior centro comercial do País, com este investimento, com estas condições e qualidade para os clientes, perspectivamos um futuro risonho. Se as coisas estão a correr bem, no futuro só podem correr melhor.

É contra-natura as pessoas que habitem nesta zona subirem, ou seja, quem mora nesta zona vai para Lisboa, Amadora, Loures ou Alfragide. É este fluxo que temos de inverter.

H: Mas esperam mais clientes?
P.C.:
Sem dúvida, para mais sabendo que existem boas perspectivas para a abertura de escritórios na zona.

H: O facto de ter zona de escritórios à volta do centro é muito importante. O que é preferível: é ter a loja numa zona habitacional ou de escritórios?
P.C.:
São tipos de clientes totalmente diferentes. Quando nós construímos o hipermercado, o cliente tipo é aquele que faz as compras para a semana ou mês, este último cada vez menos. Os clientes de escritórios têm as suas compras muito mais limitadas.

Os hipermercado de hoje, adaptaram-se a estes dois tipos de clientes. Actualmente, é possível ver nos hipermercados espaços com refeições prontas, de sandes, etc..

O bom seria coexistir com estes dois tipos de clientes para termos um tipo de cliente durante o dia e outro ao final desse mesmo dia, o que levaria a que a loja, durante o seu período de funcionamento, tivesse sempre a funcionar em pleno.

Esse é o ideal.

Inovações Jumbo

Conceito “Self-discount”
Trata-se de uma área de negócio em espaço próprio sinalizado e transversal ao total da loja, onde é possível encontrar produtos de diferentes secções ao mais baixo preço. Parte dos produtos aqui comercializados (avulso) dão ao cliente a possibilidade de escolher e ajustar às suas necessidades a quantidade comprada. Esta área de negócio já está em desenvolvimento nos hipermercados do Grupo em Espanha e França. Neste momento, o “self-discount” já se encontra do Jumbo de Setúbal e no Jumbo da Amadora, o plano inicial contempla 11 hipermercados Jumbo.

Caixas Quiq
O grupo Auchan foi pioneiro na implementação das Caixas Quiq. Foi o primeiro sistema de pagamento automático, que permite que sejam os próprios clientes a registarem os seus produtos e a efectuarem o pagamento das compras, recorrendo aos meios de pagamento usuais (em dinheiro ou com cartões), sem intervenção do operador. Com este sistema os clientes poderão realizar as suas compras de uma forma totalmente autónoma, não precisando de passar por nenhum colaborador do supermercado, o que, para além de outras vantagens, permite realizar compras de uma forma mais rápida e discreta. Por outro lado, as operadoras de caixa ficam disponíveis para outras funções de atendimento personalizado ao público, o que é também uma mais valia para os clientes.

Caixas Quiq Plus
Conceito mais moderno e tecnologicamente avançado, único em Portugal, no qual, através de um scanner portátil, o cliente vai registando, um a um, todos os artigos que pretende comprar. No final o cliente apenas tem de pagar as suas compras. A forma mais rápida do cliente efectuar as suas compras e sem filas.

ECO-Caixas
As ECO-Caixas são caixas especiais onde o cliente deve utilizar os seus próprios sacos (trazidos de casa). No entanto, neste local estão disponíveis sacos oxo-degradáveis (saco cliente e saco ECO) e sacos reutilizáveis (saco verde e saco alcofa). Nas lojas do Grupo Auchan todos os sacos entregues aos clientes são oxo-degradáveis, ou seja, passam por um processo de decomposição em seis meses, mais rápido e menos poluente.

Todos os operadores de loja tiveram formação para explicar o projecto aos clientes e sensibilizá-los para esta causa. No total, o Grupo investiu três mil horas em formação.

Via Jumbo
Trata-se de um sistema de registo e pagamento de artigos, inovador e diferenciador, porque permite a separação entre o acto de registar e pagar. É rápido e moderno, permite reduzir o tempo de atendimento salvaguardando a qualidade do serviço.

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