Distribuição

Cobrança de sacos na Distribuição Moderna aumenta reutilização em 50%

Por a 4 de Junho de 2009 as 2:00

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A cobrança de sacos de plástico na Distribuição Moderna aumenta em 50% a sua taxa de reutilização.

Quem o diz é a Quercus que, em colaboração Universidade da Madeira, levou a cabo um estudo junto de 1.028 compradores em supermercados do arquipélago da Madeira, entre Março e Abril de 2009.

“Foram seleccionados dois tipos de supermercados: com sacos pagos (Pingo Doce, 2 cêntimos cada) e com sacos gratuitos (Modelo e Hiper Sá). E observados 579 clientes de (4) supermercados com sacos pagos e 449 clientes de (4) supermercados com sacos gratuitos, nos concelhos do Funchal, Santa Cruz e Machico”, explica a Quercus.

Os dados revelam que nos pontos de venda onde os sacos são oferecidos a utilização de sacos novos ocorre em 95% dos clientes (Intervalo de Confiança: 93%-97%).

Por outro lado, nas lojas onde são cobrados a utilização de sacos novos é de 51% (Intervalo de Confiança: 47%-55%).

Quanto à optimização do saco (ou seja, o número de produtos versus a dimensão do saco), a cobrança pode reduzir em 20% o desperdício.

Nos pontos de venda onde são pagos, “a taxa de clientes que enche bem os sacos (2 a 3 terços da sua capacidade) atinge os 52% (Intervalo de Confiança: 46%-58%), enquanto esse cuidado é muito menor nos clientes dos supermercados onde os sacos são oferecidos (17%, Intervalo de Confiança: 14%-21%).

Assim, somando o acréscimo na reutilização e a optimização no uso dos sacos, a Quercus conclui que o pagamento de dois cêntimos por saco induziu a uma redução de 64% no consumo.

A Associação de Conservação da Natureza avaliou ainda o desempenho da distribuição de sacos reutilizáveis resistentes, quando o Pingo Doce iniciou a cobrança dos plásticos. E concluiu que, entre os clientes que reutilizam, apenas 8,5% (Intervalo de Confiança: 5%-12%) o utilizou.

“Este baixo sucesso do saco reutilizável do Pingo Doce pode estar associado ao facto de ser muito grande e volumoso, dificultando a distribuição do peso no transporte e sendo pouco prático de arrumar e transportar”, explica.

Desta forma, Quercus reivindica a criação de legislação que obrigue à cobrança de uma taxa por cada saco de plástico entregue no retalho e que as receitas sejam reinvestidas em campanhas de sensibilização para a redução e reutilização de resíduos.

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