Distribuição

Retalho português na linha da frente da tecnologia

Por a 29 de Maio de 2009 as 5:48

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Códigos de barra, RFID, facturação electrónica, self-scanning e compras online, são apenas alguns exemplos em como a tecnologia pode dar a mão ao retalho, ajudando a aumentar a eficiência, satisfação do consumidor e, por conseguinte, subir as vendas.

A distribuição portuguesa não fica atrás do que se faz pela Europa no que diz respeito à utilização de tecnologias a seu favor. Esta é a principal conclusão mesa redonda organizada pelo Jornal Hipersuper, que reuniu José António Rousseau, António Maria Nunes, Wilques Erlacher e Paulo Sarmento, em torno do tema “As TI como factor de inovação no retalho”.

Desde sempre que a grande distribuição está na linha da frente no que diz respeito à utilização da tecnologia em seu proveito, incentivando produtores e consumidores a aderirem às novidades. Senão vejamos: códigos de barras, self-scanning, self-checkout, facturação electrónica e comércio electrónico, que hoje são dados como garantidos, foram todos impulsionados pelo retalho.

Para o exemplificar, José António Rousseau, director-geral da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição), recuou a 1985 quando os códigos de barra chegaram a Portugal. “A Distribuição foi a grande impulsionadora da sua utilização, na altura com muita resistência por parte dos fornecedores”, pois consideravam que o custo imputado pela impressão de etiquetas nas suas embalagens era demasiado elevado, considerando que era “abuso por parte da Distribuição”. A Distribuição não cedeu e deu um prazo para a implementação dos mesmos, caso contrário não os poderiam ter como fornecedores. Assim foi. “Hoje em dia quem é que pode dispensar o código de barras?”, questiona o responsável da APED. Ainda que já se fale em RFID (Radio-Frequency Identification), os velhinhos códigos de barras estão para durar.

De volta ao século XXI, o José António Rousseau cita o exemplo flagrante dos self scanning: “Portugal será dos países da Europa com maior densidade de utilização desta tecnologia”. Quase todas as lojas estão dotadas com equipamentos que disponibilizam este serviço aos consumidores, “no resto da Europa é muito raro ver”.

O mesmo aconteceu com a facturação electrónica. Wilques Erlacher, sales manager da Saphety, diz mesmo que “foi graças à grande distribuição que o negócio prosperou”, dando o exemplo aos seus fornecedores e à maior empresa do País: o Estado, que agora aderiu às facturas electrónicas também.

Investimento apesar da crise
Por tudo isto, o retalho nacional está ao nível do melhor que se faz em todo o mundo no que diz respeito à tecnologia. Nem mesmo perante a actual situação de recuo económico, as empresas portuguesas da área deixam de investir. António Maria Nunes, director de sistemas de informação do grupo Auchan, revelou que todos os investimentos projectados serão executados, porque “é importante manter os planos”, mas terá que haver alguma contenção no que diz respeito a futuros investimentos.

“Todos os anos há crise”, diz José António Rousseau, “mas a distribuição nunca se queixa, se há problemas, enfrentam-se e avança-se”.

Do off para o online
Outra das grandes tendências que se está a verificar na Distribuição em Portugal, e com enorme potencial de crescimento, é as compras via online. Mais do que um novo formato de compras, é um novo canal. Sem beliscar as tradicionais compras nos supermercados, a plataforma online tem vindo a demonstrar que é uma forma de conquistar novos clientes.

“A mudança para o online está a acontecer a um ritmo que nos surpreende”, diz António Maria Nunes, baseando-se na experiência do grupo Auchan, e as expectativas apontam um continuar deste crescimento nos próximos anos.

As vantagens para ambos os lados (distribuição e consumidores) são muitas. Pelo lado dos retalhistas, a grande mais-valia, para além de dar mais uma opção ao consumidor, reside no facto de que, em média, o valor de compras em online ser superior ao offline. Há, no entanto, questões a melhorar. Por exemplo, os compradores online adquirem menos produtos de mercearia por esta via, do que quando estão na loja. “É uma questão dos consumidores criarem confiança no serviço, porque não há qualquer tipo de deterioração nos produtos alimentares”.

O desafio que se apresenta às empresas de distribuição é fazer com que os clientes deixem de procurar online para comprarem nas lojas físicas, para o passarem a fazer totalmente na World Wide Web.

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