Distribuição

Sonae Distribuição sobe vendas em 25%

Por a 19 de Março de 2009 as 2:00

sonae

A Sonae Distribuição (SD) acaba de anunciar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) os resultados globais do exercício de 2008, indicando um aumento do volume de negócios em 25% para os 4,220 mil milhões de euros, correspondendo a uma evolução de 20% excluído o contributo dos postos de combustível (ver gráficos-resultados-sonae-distribuicao-2008.xls).

Reconhecendo, em comunicado, que o ano de 2008 ficou marcado “pelo agravamento da crise financeira que nasceu com o colapso do sistema de ‘subprime’ dos EUA em meados de 2007”, a Sonae Distribuição salienta que “estas dificuldades propagaram-se rapidamente e afectaram o tecido empresarial, conduzindo ao aumento do desemprego e a um cenário de elevada insegurança e volatilidade. Este quadro agudizou-se ao longo do ano, fazendo desde logo com que a crise se manifestasse num forte abrandamento do consumo privado”.

Embora o volume de negócios da operação de distribuição da Sonae SGPS tenha registado um crescimento de 25%, esta evolução traduz um like-for-like “marginalmente positivo”, reconhecendo a companhia que este incremento “foi penalizado ao longo do ano com o agravamento do índice de confiança das famílias e e um forte programa de crescimento orgânico em Portugal, bem como a concretização da entrada em Espanha e a integração da exploração das unidades ex-Carrefour Portugal”.

Com o EBITDA a atingir os 355 milhões de euros, correspondendo a uma subida de 19% face a 2007, o resultado líquido do exercício ascendeu a 171 milhões de euros, ou seja, um crescimento de 1% em relação ao resultado de 2007

Por negócio, o universo de base alimentar da Sonae Distribuição apresentou um volume de negócios de 2,889 mil milhões de euros, representando um crescimento de 22% face ao ano anterior, consubstanciando, segundo as contas da SD um crescimento de 1% no universo comparável de lojas. “Neste desempenho distingue-se a evolução muito positiva do universo de perecíveis, no decurso do actual projecto de requalificação e enriquecimento da estrutura da oferta”, destacando a SD ainda o “forte crescimento do conjunto de marcas próprias e de 1.º preço, que se destacam pelo valor e diferenciação que aportam à empresa”.

Já o negócio de base não alimentar registou uma evolução anual do volume de negócios de 16%, para um montante global de 1,172 milhões de euros, tendo o ano ficado marcado por “um decréscimo de 2% da actividade do conjunto comparável de lojas, que se centrou de forma particular no período final do ano”, admite a SD.

Numa conjuntura económico-financeira difícil, o universo de insígnias não alimentares da SD registou performances mistas, desenvolvendo cadeias como Modalfa, Zippy e Sportzone um comportamento positivo, enquanto as insígnias Vobis e Maxmat registaram uma evolução desfavorável das vendas quando comparadas com o ano anterior, admitindo a SD que “o andamento específico deste último conjunto de cadeias reflecte a menor disponibilidade do consumidor para aquisição de bens de carácter menos essencial”.

No que diz respeito ao investimento, a companhia liderada por Nuno Jordão concretizou, ao longo de 2008, um investimento líquido global de cerca de 350 milhões de euros, financiando a concretização do plano de expansão da empresa, permitindo-lhe ao mesmo tempo finalizar o ano com um portfólio de 793 unidades e uma área de venda instalada de 809.000 m2 (+14% sobre a base de final do ano precedente).

Assim, ao longo do exercício transacto, a SD inaugurou 74.000 m2 de área de venda em Portugal, correspondentes ao seu portfólio de formatos mais desenvolvidos, apresentando ainda quatro novos conceitos de negócio em Portugal – Book.it (cadeia de livraria e papelaria), Loop (insígnia de calçado casual), Bom Bocado (cadeia de cafetarias), e os Seguros Continente – num total de 3.000 m2 de área de venda.

A nível internacional, a Sonae Distribuição concretizou a sua entrada no mercado espanhol com a abertura de seis lojas Sport Zone e a aquisição de um parque de nove unidades de electrodomésticos e electrónica de consumo (a que posteriormente foi já adicionada uma nova abertura), num total de 34.000 m2 de área de venda instalada. Além disso, formalizou, igualmente, um acordo com o grupo RAR com vista à criação de uma operação conjunta de agências de viagem, detida a 50% por cada um dos accionistas e dotada de gestão partilhada.

Nuno Jordão, CEO da Sonae Distribuição”, admite que “em condições de mercado particularmente adversas, a Sonae Distribuição progrediu sobre uma já destacada posição de liderança no mercado de retalho português e salvaguardou o exigente equilíbrio entre crescimento e rendibilidade operacional. A empresa expandiu igualmente para Espanha, confirmando a vontade de intensificar a sua actividade internacional”. O responsável pela área da distribuição na Sonae SGPS, refere ainda que “atenta a actual conjuntura, os resultados de 2008 vêm confirmar a capacidade da empresa de, sustentadamente, gerar valor para todos os seus stakeholders”.

Em relação a 2009, a SD refere no comunicado que “malogrado a excepcionalidade do momento económico, a empresa mantém-se confiante na robustez das suas linhas estratégicas que privilegiam o crescimento e o reforço da proposta de valor”.

Assim, o objectivo, para o final de 2010, alcançar o 1.000.000.000 de m2 de área de venda mantém-se, antecipando manter “a concretização de um crescimento orgânico sustentável no mercado português, por via do aproveitamento de oportunidades em novas localizações onde se perspectivam referenciais de criação de valor apelativos, bem como do desenvolvimento sinérgico de novos conceitos e parcerias”.

Admitido foi também o empenho no “importante desafio de constituição de uma operação internacional de relevo”, antecipando, também aqui, alcançar já em 2010 mais de 80.000 m2 de área de venda no mercado espanhol nas suas cadeias de desporto e de electrónica de consumo.

De referir ainda que a actual a Sonae Distribuição será dividida em três unidades: retalho de base alimentar com Modelo Continente; no retalho de base não-alimentar com a Sonae Retalho Especializado; e na Imobiliário de Retalho.

Certa está também a saída de Nuno Jordão como CEO da Sonae Distribuição ao fim de cinco anos à frente da companhia, salientando que a saída se deve a questões de saúde. 

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