Distribuição

Lidl e Carrefour aproveitam medidas da Mercadona

Por a 11 de Fevereiro de 2009 as 2:00

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Lidl e Carrefour decidiram aproveitar a “revolução” que as medidas comerciais anunciadas pela Mercadona causaram junto dos distribuidores e grandes fabricantes espanhóis.

Depois do anúncio por parte da Mercadona, que colocou em marcha um programa de redução de custos para baixar os preços, o que na prática se traduz na redução do número de referência nas suas lojas, deixando de estar presentes nos lineares da Mercadona entre 600 e 800 referências num total de 9.000, a concorrência directa da Mercadona resolveu contra-atacar.

Assim, estes dois retalhistas reviram as respectivas estratégias e definiram novas políticas comerciais para atrair os consumidores que não encontram nas lojas Mercadona os seus produtos favoritos.

De resto, é o grupo de discount alemão que mais clientes reparte co ma Mercadona, segundo explicaram fontes do sector à imprensa espanhola, recordando que o Dia e os hipermercados Carrefour também se encontram, por esta ordem, entre os preferidos.

No caso do Lidl, a companhia que detém 470 lojas e 2,5 milhões de clientes semanais em Espanha, já decidiu potenciar os produtos de marcas conhecidas pelo consumidor, dando assim oportunidade a alguns fabricantes que saíram da Mercadona em estar nos lineares.

Aliás, a existência de grandes marcas nos lineares do Lidl não é uma novidade, embora o Lidl tenha chegado ao mercado espanhol, bem como ao português, com um modelo de hard discount,vendendo somente marca branca. Nos últimos anos, no entanto, a política do Lidl alterou-se e foi abrindo portas e dando cada vez mais espaço às marcas de fabricante nos seus lineares. Os fabricantes confirmam mesmo que esta aposta foi mais notória no último ano, especialmente no último trimestre de 2008.

Os analistas revelam que “o Lidl compreendeu a fidelidade do consumidor espanhol em relação a determinadas marcas e ajustou o seu modelo na Península Ibérica”. Uma das particularidade do Lidl é a forte aposta nos ofertas, com novidades duas vezes por semana, uma fórmula que incentiva o movimento nas lojas.

“É certo que a cadeia alemã está sensivelmente mais aberta aos produtos de fabricante e que os que saiam da Mercadona poderão encontrar espaço nos seus lineares”, revela um fabricante espanhol à imprensa, adiantando, contudo, “que esta transferência levará algum tempo, uma vez qu8e as decisões estão centralizadas na Alemanha e a negociação local é complexa”.

De referir que o Lidl lançou recentemente uma forte campanha no país vizinho, com o slogan “Não se engane, a qualidade não é cara”.

O Carrefour também alterou a sua estratégia, depois de conhecida a decisão da Mercadona. Fontes do sector explicaram que o retalhista francês enviou um e-mail a cerca de 900.000 clientes que possuem o cartão de fidelidade Carrefour Pass com uma promoção agressiva.

Segundo relatam essas mesmas fontes, entre os produtos alvos da promoção, incluem-se algumas referência excluídas da Mercadona, não se fazendo qualquer referência à concorrência, verificando-se, no entanto, que a campanha foi fortemente localizada nas áreas de influência da Mercadona.

Uma das forças de um hipermercado é, aliás, a quantidade de referência que poderá oferecer, tanto de marca própria como de fabricante. A Mercadona contará, em breve, com mais de 8.000 referência, enquanto o Lidl gere cerca de 1.200 produtos e num hipermercado esse número poderá ascender aos 20.000.

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