Uniarme acusada de favorecer Jerónimo Martins

A Autoridade da Concorrência (AdC) tem nas mãos uma queixa sobre formação fraudulenta de preços no retalho alimentar em Portugal, à qual o Jornal de Notícias teve acesso.

A denúncia, recebida há mais de um ano, acusa a cooperativa Uniarme de alegadamente favorecer a Jerónimo Martins (JM) em detrimento de distribuidores de menor dimensão.

Segundo o documento, a Uniarme privilegiava as “empresas suas associadas que integram o grupo Jerónimo Martins”, através de contratos especiais, que “estabeleciam condições de pagamento específicas para os distribuidores da JM”, com “margens garantidas”.

Assim, as duas empresas são acusadas de “actual desleal concertada”, assim como de “negociar a concessão de descontos em que é assegurada uma margem de lucro nas revendas, independentemente da flutuação de preços no mercado”.

Ainda de acordo com o documento, os fornecedores envolvidos no alegado esquema de formação irregular de preços, encontram-se a Lactogal, a Danone, a Nestlé e a Refrige.

A denúncia alerta ainda para o facto de responsáveis da Uniarme integrarem o grupo JM, como José Luis Clemente Quinta, presidente da cooperativa e representante da cadeia grossista Recheio, e de Manuel José Gonçalves Ferreira, vogal da direcção de representante do Pingo Doce.