Distribuição

Carrinho de compras que ensina a poupar

Por a 6 de Fevereiro de 2009 as 9:51

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Pôr a nu as faculdades da tecnologia RFID através de um carrinho de compras tradicional é o objectivo deste projecto com cunho nacional.

Agilizar a tarefa de ir às compras e associar valores emotivos a esta experiência, é a espinha dorsal do Grocer, um carrinho de compras inteligente e esteticamente semelhante aos tradicionais.

Duas empresas a operar em Portugal, a Wipro Retail, especialista em retalho, e a Creativesystems, perita em RFID, uniram esforços para conceber o Grocer. “O objectivo é tirar fantasmas do caminho.

Através de um veículo de comunicação simples, como um carrinho de compras, passamos mensagens sobre a tecnologia RFID e o seu potencial”, explicou ao Hipersuper, João Vilaça, director de operações da Creativesystems.

O carrinho é dotado de um pequeno ecrã, sensível ao toque, que comunica com a loja através do Internet Explorer. O software está instalado no backoffice do ponto de venda.

“A grande diferença face aos carrinhos tradicionais é o facto de disponibilizar a informação sem obrigar à leitura do código de barras. O consumidor coloca o produto no carro e, em tempo real, o sistema RFID faz a leitura e validação da compra. A informação e facturação ficam imediatamente disponíveis no ecrã”, sublinha, por sua vez, José Ribas, director de inovação da Wipro Retail.

O carrinho é, por enquanto, um protótipo, em constante evolução, “que não interfere com a altura do pagamento das compras. Está a ser desenvolvido uma tecnologia para dotar o carrinho de métodos de pagamento automático”.

Sugerir produtos
As vantagens da tecnologia são numerosas. O equipamento alerta o consumidor para as promoções diárias, sugere produtos mais baratos e ainda o caminho mais rápido para chegar ao linear onde se encontram, com a ajuda de um mapa.

Além disso, propõe refeições, baseado numa série de parâmetros, como, por exemplo, o custo dos alimentos e a quantidade a adquirir. Caso haja alergia a determinado ingrediente e este seja colocado no carrinho, o equipamento avisa de imediato.

Mas, as funcionalidades não se esgotam aqui. Navegar na Internet, conversar em chat com outros clientes da loja, localizar amigos dentro do ponto de venda, também é possível.

Para os retalhistas, as mais valias passam sobretudo por conhecer o percurso exacto que cada cliente fez na loja, efectuar acções de micro-marketing personalizado, e manter o consumidor satisfeito.

A produção de conteúdos é da responsabilidade da distribuição. Assim, o retalhista pode, por exemplo, introduzir características adicionais na informação sobre os produtos, ou optar pela utilização de um PDA em substituição do ecrã.

A meta é tornar a experiência de compra agradável, criar emoções. E, para isso, basta fazer um registo inicial e colocar uma password.

Para que o projecto se torne realidade é necessário, no entanto, que todos os produtos incorporem uma etiqueta RFID. O elevado preço da ‘tag’ e a complexidade da cadeia de valor, são os principais entraves à aplicação deste método de identificação automática de produtos, ainda pouco utilizado em Portugal.

O investimento a efectuar é difícil de avaliar, dizem os responsáveis. “A dificuldade não está no preço dos carrinhos de compra, mas sim na falta de aplicação da RFID a todos os produtos”.

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