Distribuição

Quer ser fornecedor da JM?

Por a 28 de Novembro de 2008 as 9:30

jm

Ser fornecedor de uma grande cadeia de distribuição em Portugal ainda não é sinónimo de certificação. Mas há boas práticas que fazem toda a diferença.

Qualidade e segurança são palavras que entraram definitivamente no vocabulário do sector alimentar. A qualidade é cada vez mais uma responsabilidade partilhada entre os elos da cadeia de valor, sublinhou Carlos Gasopo, responsável pela qualidade, ambiente e segurança da joint-venture Unilever/Jerónimo Martins SA, por ocasião do congresso da APLOG (Associação Portuguesa de Logística). “A qualidade era vista como sendo propriedade de um conjunto de pessoas adstritas ao departamento de qualidade. Hoje, está subjacente a todos os níveis da empresa e deve começar nos fornecedores e terminar no ponto de venda”.

Há outra palavra, que está directamente ligada com as duas primeiras, com a qual o consumidor está a familiarizar-se. “A rastreabilidade permite saber qual a localização de um produto em tempo real. Em situações de crise, a capacidade de resposta é essencial. É preciso tomar decisões. Mais complicado do que tomar decisões erradas é não tomar nenhuma. Limite-se aos factos que tem na altura, porque a informação nunca vai estar totalmente disponível, mesmo que mais tarde tenha de corrigir o caminho”, aconselha. A certificação não é condição sine qua non para ser fornecedor das grandes cadeias de distribuição, ao contrário do panorama internacional. Tome nota do essencial, segundo Carlos Gasopo.

Selecção – A rastreabilidade começa no fornecedor. A escolha adequada dos fornecedores de matérias-primas e materiais é essencial para levar o navio a bom porto. Estes têm de ser capazes de partilhar projectos, preocupações e decisões.

Segurança – No processo de selecção é fulcral conhecer o risco associado a cada matéria-prima: elevado, médio e baixo. É solicitada uma amostra e as especificações de cada uma e elaborado um questionário que permite saber com rigor em que moldes o fornecedor entende a segurança alimentar. Em função do risco, é marcada uma auditoria, realizada por técnicos com valências específicas para aquela matéria-prima.

HACCP – O primeiro passo é ver como se desenrola in loco o processo de qualidade e segurança. “O armazém é um bom cartão de visita”. No HACCP são analisados quatro tipos de risco (químico, físico, microbiológico e alergénico). É feito um exercício de rastreabilidade ao qual é preciso responder em tempo útil e adequadamente.

Higiene – São verificadas as condutas de higiene pessoal, assim como a limpeza e desinfecção das unidades fabris. A gestão da medicina no trabalho não é descurada.

Formação – Análise da formação, sensibilização e treino. “As pessoas têm sensibilidades diferentes perante as questões que lhes são colocadas. É preciso perceber se o trabalhador é o mais indicado para desempenhar aquela função”.

Documentação – Deve existir o mínimo de documentação legível que defina as regras do sistema e seja percebida pelos trabalhadores na linha de produção.

Identificação do lote – A JM exige regras muito restritas para a identificação do lote de matérias-primas e do produtos acabado.

Armazém e transporte – O HACCP “tem de varrer também estas áreas, porque há muitos riscos”. Registos sistemáticos de temperatura e humidade, inspecções periódicas nos veículos e verificação de incompatibilidades (alimentos mais susceptíveis a absorver odores), entre outros, são fundamentais.

Manuseamento de carga – O deficiente acondicionamento da carga pode “conduzir a situações graves. Todos os passos são tidos em conta”.

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