Distribuição

Quebras no retalho valem 150 milhões

Por a 28 de Novembro de 2008 as 2:00

retalho

Em 2007, o volume de furtos no retalho nacional correspondeu, em média, a 1,04% do volume de vendas do sector, equivalendo a um decréscimo de 0,42% face a 2005, e a uma descida de 0,03% comparativamente a 2006, ascendendo a 150 milhões de euros.

Esta foi a conclusão do 1.º Barómetro Nacional da Quebra Desconhecida no Retalho (2008), um estudo independente, realizado pela PremiValor e com o patrocínio da Gateway.

Constituindo as perdas desconhecidas “shrinkage” uma figura contabilística que reflecte a diferença ente o que devia ter sido recebido (tendo em conta os inventários contabilísticos) o que foi realmente facturado, o estudo indica que as perdas podem ter as seguintes origens: furto de bens ou dinheiro por parte de clientes; furto de bens ou dinheiro por parte de funcionários; furto de bens ou dinheiro por parte de funcionários; erros no fornecimento por parte dos fornecedores; ou erros de processos (erros de contabilidade, na colocação de preços, em suma erros que resultam em aparentes perdas de inventários).

Assim, o estudo revela que são os clientes os maiores prevaricadores (58%), seguidos pelos empregados (19%), erros internos (18%) e fornecedores (5%)

A categoria de artigos mais afectada pelos furtos são os CD/DVD/Jogos (30%), seguidos do vestuário e calçado (24%) e dos pequenos equipamentos electrónicos e pilhas (ambos com 16%).

No entanto, para os hipermercados e supermercados também são bastante comum as situações de roubo de pilhas, cosméticos e bebidas alcoólicas (estando entre as principais preocupações), salientando o estudo que existe uma relação de coincidência forte entre o volume de furtos e necessidade de proteger os artigos.

Para as organizações, adianta o estudo efectuado pela PremiValor, são, de resto, os CD/DVD/Jogos e o vestuário e calçado os artigos prioritários ao nível da protecção, totalizando quase 60% (29% nos CD/DVD/Jogos e 28% no vestuário e calçado). Seguem-se pequenos equipamentos electrónicos (19%), pilhas e bebidas alcoólicas (ambas com 8%).

As etiquetas adesivas, etiquetas rígidas e os Safers são os meios de protecção mais utilizados para os diversos tipos de mercadoria.

Apesar das etiquetas adesivas serem o meio de protecção mais utilizado para a protecção dos diversos produtos, as conclusões do 1.º Barómetro Nacional da Quebra Desconhecida no Retalho (2008) indica que as etiquetas rígidas e os produtos fechados em vitrinas são utilizados por mais empresas. Cerca de 82% das empresas inquiridas afirmam que utilizam etiquetas rígidas, 64% utilizam produtos fechados em vitrinas e 55% utilizam etiquetas adesivas. Dummys, embalagens sem conteúdo e protecção na origem são os meios a que menos empresas recorrem.

Durante a apresentação Telmo Vieira, sócio da PremiValor Consulting, admitiu que os artigos fechados em vitrinas não contribuem para a experiência de compra do consumidor, prejudicando, assim, as vendas destes produtos.

Quanto ao investimento a efectuar pelas empresas nos equipamentos de segurança, o estudo revela que existe uma divisão na escolha da forma de contratualização, dado que 50% das empresas optam por adquirir os equipamentos, enquanto os restantes 50% preferem a opção de aluguer.

O valor de compras reparte-se essencialmente por duas gamas de equipamentos: sistemas anti-furto e CCTV, sendo o primeiro aquele que apresenta um valor mais elevado (cerca de 2,5 vezes superior). Em média (simples), em 2007, cada empresa respondente gastou 71.310 euros em sistemas anti-furto e 28.390 euros em CCTV.

Sendo unânime a opinião de que o período de amortização dos equipamentos é de cinco anos, o investimento em equipamento anti-furto feito em 2007 pelas empresas correspondeu a 64% do valor de quebras desconhecidas registadas, ou seja as empresas investiram bastante em protecção quando comparado com as quebras.

No entanto, existe uma grande variação, pois houve casos de empresas em que o investimento em equipamento foi apenas de 2% do valor das perdas, enquanto a empresa que mais dispendeu em equipamento gastou 5 vezes mais em equipamento do que o que registou em perdas.

De 2005 para 2006 o investimento aumentou 28%, enquanto de 2006 para 2007 o crescimento foi de 14% (apenas foram contabilizadas as empresas que indicaram o valor dos investimentos para 2005, 2006 e 2007).

A finalizar o 1.º Barómetro Nacional da Quebra Desconhecida no Retalho (2008), Telmo Vieira admitiu que “a presente crise dos mercados financeiros e consequente crise económica poderá levar a um aumento de ocorrências de quebra desconhecida. Isto leva a que a tendência para 2009 seja continuar a investir em equipamentos de segurança como forma de mitigar o risco”.

As empresas ouvidas para a realização deste barómetro apresentaram, também, diversas sugestões ao nível de inovações tecnológicas que gostariam que fossem desenvolvidas:

• Antenas ao nível do solo (horizontais);

• Integração das tags nos produtos (na origem);

• Maior diversidade de etiquetas rígidas e detectáveis em qualquer circunstância;

• A nível das antenas, melhor fiabilidade na detecção de produtos da área do Retalho e registo e envio automático de dados estatísticos sobre entradas/saídas e alarmes disparados;

• Etiquetas RFID na origem;

• Apostar na detecção de inibidores de alarmes (como é o caso dos sacos forrados a alumínio) – o detector de metais não tem grande fiabilidade;

• Protecção intensa na origem com alarmes que não fossem inibidos por metal.

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