Distribuição

Crise obriga espanhóis a comer mais em casa

Por a 26 de Novembro de 2008 as 2:00

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A ministra do Meio Ambiente, Meio Rural e Marinho espanhol, Elena Espinosa, destacou recentemente os dados sobre a evolução do consumo de produtos alimentares e bebidas em Espanha, apontando um abrandamento na procura destes na hotelaria e restauração, em favor do consumo nos lares, como consequência da actual conjuntura económico-financeira.

Durante a apresentação do estudo da responsabilidade da Mercasa – “Alimentação em Espanha 2008” -, Espinosa avançou que, entre Julho de 2007 e Junho de 2008, o consumo aumentou 6,9% nos lares espanhóis e 2,8% na hotelaria e restauração, contrapondo a tendência dos últimos anos, quando a procura no canal Horeca crescia a um ritmo maior que o dos lares.

A ministra, que se revelou “prudente” e querer esperar pelos dados no final do ano, salientou, contudo, que não se regista uma caída do consumo alimentar, mas antes uma alteração nos hábitos de consumo dos consumidores espanhóis nesta situação económica “mais delicada”.

De acordo com os dados apresentados pelo próprio Ministério, o gasto total em alimentação e bebidas, entre Julho 2007 e Junho 2008, ascendeu a 95,854 mil milhões de euros, dos quais 68% correspondem a gastos nos lares e somente 32% ao meio extra-doméstico.

O estudo da Mercasa sobre a produção, indústria, distribuição e consumo alimentar em Espanha conclui que o gasto efectuado per capita em alimentos e bebidas para consumo no lar ascendeu a 1.411 euros em 2007, situando-se a média mensal nos 118 euros, mais cinco euros que em 2006.

No total, o gasto em alimentação e bebidas cresceu 6,1%, em 2007, até aos 62,992 mil milhões de euros, destacando-se claramente os gastos feitos em produtos frescos, concentrando a carne 22,9% dos gastos; batatas, frutas e legumes frescos cerca de 16,9%; o pescado cerca de 14,2% e, por fim, o pão a rondar os 6,5% do total.

Na cesta alimentar de um lar espanhol, também se destacam o leite e os derivados lácteos, concentrando aproximadamente 12%, em 2007, além dos bolos e pastelaria (3,9%), azeite (2%) e refeições preparadas (3%).

No que diz respeito aos canais de compra, o estudo da Mercasa destaca a importância dos supermercados que, com uma quota de 45,6%, aumentaram progressivamente a sua penetração, em detrimento, principalmente, dos estabelecimentos tradicionais (28%), enquanto os hipermercados somam uma quota de mercado que ronda os 17%.

No consumo fora dos lares, a hotelaria e restauração consomem maioritariamente produtos alimentares (48,3%), enquanto as bebidas alcoólicas valem 25,2% e as não-alcoólicas 25,8%.

Na restauração, colectiva e social, a procura principal recai sobre os produtos alimentares (85,7%), representando as bebidas alcoólicas cerca de 1,5% e as não-alcoólicas 15,5%.

O volume de negócios do sector da restauração ascende a 23 mil milhões de euros, enquanto as cafetarias, cafés/bares soma 69 mil milhões de euros, representando as colectividades e cantinas de empresa cerca de 8,2 mil milhões de euros.

O estudo destaca ainda as vendas líquidas do produtos da indústria alimentar, totalizando cerca de 78,164 mil milhões de euros, em 2007, correspondendo, assim a menos 0,7% face a 2006 e a 14,07% do total de vendas líquidas do sector industrial espanhol.

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