Paragens da produção na Bosch e Daimler não implicam despedimentos
O impacto da crise financeira no sector automóvel forçou a Bosch e a Daimler a suspender temporariamente a produção das suas fábricas na Alemanha, preservando embora os postos de trabalho e os salários, avança a Agência Lusa.
A unidade da Bosch em Reutlingen/Rommelsbach, que produz bombas para motores a gasóleo, foi encerrada a 27 de Outubro e só deve reabrir em Janeiro, acrescentando duas semanas à habitual pausa de Natal. Um porta-voz da empresa em Estugarda garante que os 400 operários vão continuar a receber o mesmo salário, o qual será pago através do fundo de horas extraordinárias.
No passado dia 3, foi encerrada a fábrica de Bamberg, tendo ficado garantido o subsídio estatal de desemprego para os 3500 trabalhadores durante os próximos seis meses. A administração não exclui no entanto “recorrer a medidas mais drásticas”, escreve o Diário de Notícias.
A situação da Daimler é mais crítica, uma vez que está prevista a paragem da laboração em todas as suas 14 unidades instaladas em território alemão, as quais empregam um total de 150 mil trabalhadores. Até agora, apenas a fábrica de Sindelfingen (Estugarda), por sinal a maior de todas, e que produz camiões Mercedes, já programou a paragem, que acontecerá entre 12 e 31 de Dezembro. Também neste caso se recorrerá ao fundo de horas extraordinárias para evitar cortes salariais.
O chefe de pessoal, Guenther Fleig, já reiterou que a Daimler não encerrará ou deslocalizará instalações situadas na Alemanha até 2011, embora admita a redução da semana de trabalho para 30 horas e a colocação dos operários em regime de trabalho flexível.