Somos PIGS
Portugal pertence ao grupo dos PIGS. Não pertencemos aos GIPS, SIPG ou PISG, mas aos PIGS (porcos).
Foi esta a brilhante classificação que o Financial Times, na sua edição do passado dia 1 de Setembro, encontrou para Portugal, Itália, Grécia e Espanha (o S é de Spain).
E porquê? Por causa do défice destes quatro países. No diário de referência pode ler-se que “há oito anos, os porcos chegaram realmente a voar. As suas economias dispararam depois da adesão à Zona Euro (…) mas agora os porcos estão a cair novamente por terra”.
Esta não é, aliás, a primeira vez que Portugal (bem como os outros três países) é prendado com esta classificação, tendo o Financial Times publicado igual termo aquando da adesão de Portugal à moeda única.
Mas como a classificação de PIGS não foi suficiente, o Financial Times ainda apelida estes países como “pigs in muck”, ou seja, “porcos na pocilga”.
Em Espanha, a Associação de Directores de Comunicação (DIRCOM), que agrupa os responsáveis pela comunicação das principais empresas espanholas, já enviou um protesto ao diário britânico, demonstrando o desagrado pelo artigo, classificando-o de “humilhante”.
Em Portugal e até à data que escrevo este editorial, só Salvador da Cunha, presidente da APECOM (Associação Portuguesa das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas) reagiu a este “PIGS”.
Da parte do Governo ou demais entidades oficias ainda não se ouviu uma palavra. Talvez não se importem, utilizando a velha máxima: “bem ou mal, o importante é que falem de nós”.
Talvez depois da próxima reunião dos chefes de estado da União Europeia, o Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças consigam convencer os restantes parceiros de que Portugal, efectivamente, está a combater o défice.
Talvez aí o Financial Times nos “despromova” a Piglets (leitões).