Distribuição

Vendas APED valem 12,6 mil milhões

Por a 5 de Setembro de 2008 as 9:30

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No ano 2007, o universo APED registou um crescimento de 12% no volume de vendas, totalizando 12,6 mil milhões de euros, correspondendo a um peso relativo de 7,7% do PIB português. Para 2009/2010 a aposta parece indicar uma clara preferência pelos pequenos formatos e pelo litoral do País
Os 94 associados da APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição – registaram, no final de 2007, um volume de vendas de 12,565 mil milhões de euros, correspondendo a um crescimento de 12% face ao exercício de 2006 e mais 4,112 mil milhões de euros que o total obtido no final de 2003.

Na conferência de imprensa que acompanhou a apresentação destes resultados do universo retalhista nacional, José Silva Ferreira, presidente da APED, referiu que “o dinamismo do sector do comércio moderno em Portugal contribuiu para uma melhoria do tecido sócio-económico nacional, sem esquecer o objectivo de satisfação do consumidor e das suas necessidades”.

Sonae mantém liderança

No que toca ao ranking, o Top 25 por volume de vendas continua a ser liderado pela Sonae Distribuição, com um total de 3,864 mil milhões de euros (+10% que em 2006), seguida pela Jerónimo Martins com 2,260 mil milhões de euros e um crescimento de 14%, e Auchan com um total de vendas de 1,280 mil milhões de euros e uma subida de 7%.

Das 25 empresas que compõem este Top 25, somente uma apresenta uma descida no volume de vendas (Foreva, quebra de 7% para 21 milhões de euros), e uma manteve crescimento zero (Supermercados Ulmar).

De resto, o Top 25 por volume de vendas do universo APED, embora liderado pelo retalho alimentar e com a retirada do Carrefour, é dominado por empresas pertencentes ao retalho não alimentar, numa proporção de 8 para 17, respectivamente. Isso foi mesmo salientado pelo director-geral da APED, José António Rousseau, que realçou o facto de, do total das empresas que compõem este Top 25, sete empresas não alimentares registarem aumentos superiores a 20% nas suas vendas.

No sector alimentar, o Top do volume de vendas é liderado pelo Modelo (Sonae), registando um crescimento de 12% para 1,379 mil milhões de euros, seguido do Pingo Doce (Jerónimo Martins) com uma subida de 17% e um total de 1,354 mil milhões de euros, e do Continente (Sonae) com um crescimento de 2% para 1,282 mil milhões de euros.

Já no não alimentar, é outra insígnia da Sonae Distribuição que lidera – Worten – com vendas de 557 milhões de euros, correspondendo a uma subida de 17%, seguida do El Corte Inglés (subida de 33% para 451 milhões de euros) e Fnac (crescimento de 9% para 317 milhões de euros). José Silva Ferreira admitiu o peso crescente do conceito não alimentar nas contas da APED, referindo que ¾ das empresas associadas na associação desenvolvem a sua actividade neste conceito, referindo que “a APED não é uma associação de grupos o retalho alimentar”, fazendo mesmo referência ao facto de a única nova associada (dos nove) pertencente a este conceito ser a alemã Aldi. “Em quatro anos, duplicámos os associados e isso sustentado no conceito não alimentar”, frisou o presidente da APED.

Barreiras psicológicas ultrapassadas

No final de 2007 foram ultrapassadas três “barreiras psicológicas”: número de lojas (ultrapassou as 2.000), área de vendas (suplantou os 2.000.000 m2) e número de colaboradores (superou os 75.000).

“Isto revela o desenvolvimento e a força deste sector na economia nacional”, referiu José Silva Ferreira, admitindo que “existem poucos sectores de actividade em Portugal que se possam orgulhar de apresentar estes números”.

No que diz respeito à primeira barreira, o universo APED passou de 1.785 para 2.171 lojas (mais 214 em base constante e mais 386 com os novos associados), aparecendo o Minipreço como líder no crescimento em termos de número de lojas (+56), como a liderar este ranking com um total de 440 lojas. Destaque para o Boticário que mais que duplicou o seu parque de lojas, passando de 42 para 86 unidades, e, em campo inverso, para a Vobis que registou uma quebra de 5% no número de lojas, passando de 21 para 20 unidades.

Quanto à área de venda, o total do universo APED passou de 1.916.000 para 2.147.000 m2, pertencendo a liderança novamente ao Minipreço, com mais 28.000 m2, seguido do Pingo Doce com 23.000 m2 e IKEA com mais 21.000 m2. Apesar do Modelo continuar no primeiro lugar, destaque para o Pingo Doce que ultrapassou o Lidl em termos de área de venda, ficando somente a 5.000 m2 do líder.

Também aqui, só um operador viu a sua área de venda diminuir – AKI – passando de 52.000 para 49.000 m2, registando-se uma estagnação em outros dois operadores: El Corte Inglés e Leroy Merlin.

A terceira barreira psicológica ultrapassada pelo universo APED foi a dos colaboradores, passando de 65.735 para 75.794 colaboradores, cabendo à Jerónimo Martins a liderança na contratação de pessoal com mais de 2.000 novos funcionários (Feira Nova + 1.114 e Pingo Doce +951), seguindo a Sonae Distribuição com mais 1.383 novos colaboradores (Worten +874 e Continente +509).

“Só nos últimos dois anos foram criados mais de 21 mil postos de trabalho”, frisou o presidente da APED, cabendo a liderança global no final de 2007 ao Pingo Doce com 10.413 colaboradores (+10%), seguido do Modelo com 8.747 funcionários (+1%) e Continente com 7.747 colaboradores (+7%).

Não alimentar mais produtivo

Olhando para a produtividade da distribuição moderna em Portugal, verifica-se que o sector não alimentar é mais produtivo que o seu congénere alimentar. Se no volume de vendas por área de venda os supermercados Apolónia lideram com 19.745 euros por m2 (+10% que em 2006), verifica-se que das 20 empresas que compõem o Top 20, oito pertencem ao sector alimentar e 12 ao não alimentar.

Já na produtividade por colaborador, são as Lojas Babou que aparecem em primeiro lugar, com 289.971 euros por funcionário (-6% que em 2006), seguido do Lidl com 261.828 euros por colaborador (-2%). Também aqui, o sector não alimentar domina, aparecendo 15 empresas num total de 20.

No final da conferência de imprensa, o presidente da APED deixou uma certeza: “os nosso membros têm em carteira mais aberturas de novas lojas, para diversas áreas do país que são ‘potenciais’, admitindo José Silva Ferreira sem quantificar o número de lojas em que as suas associadas pretendem apostar, que “as zonas litorais têm mais potencialidade”, enumerando Évora, Algarve, Península de Setúbal e os arredores de Lisboa como as principais áreas-chave.

No que toca à “velha” questão da liberalização dos horários das grandes superfícies aos domingos e feriados, a posição da APED mantém-se inalterada e “já a afirmámos variadíssimas vezes: liberalização total”.

Ou seja, “quem quiser abrir, abre. Quem quiser manter-se fechado, pois fecha”. Certa parece também a posição da APED quanto à lei que está em discussão na Assembleia da Republica: “não estamos de acordo que a decisão de abrir grandes superfícies comerciais passe para as autarquias”, disse José Silva Ferreira, concluindo José António Rousseau que “a soma do encerramentos das tardes dos domingos e feriados, representam menos um mês de vendas para as empresas”.

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