Outras Opiniões

A evolução do mercado

Por a 11 de Julho de 2008 as 17:00

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O retalho tem sido, sem qualquer espécie de dúvida, uma das actividades que mais tem evoluído nas últimas décadas. De facto, a presença das insígnias e dos pontos de venda no mercado nacional não tem parado de aumentar, bem como o nível de especialização e capacidade de resposta por parte dos fornecedores. No entanto, esta realidade altamente dinâmica é relativamente recente no panorama nacional.

Para quem tem mais de 30 anos, não é difícil fazer uma viagem no tempo, aterrar nos anos 70 e pensar no panorama que se vivia por esses tempos. A presença de insígnias internacionais era praticamente nula, as superfícies comerciais de grande dimensão era diminuta e o país inteiro estava preenchido por alguns supermercados de pequena dimensão, mercearias e mercados tradicionais. Ou seja, a liberdade de escolha, por parte dos consumidores, era limitada em termos de pontos de venda e de variedade do sortido.

É curioso verificar que, por esses tempos, muitos dos termos e funções com que nos deparamos hoje eram completamente desconhecidos. Por um lado, o Trade Marketing era uma realidade ainda distante, a gestão de categorias existia de forma empírica e a centralização das contas era pura e simplesmente inexistente. Por outro, as palavras “sell-in” e “sell-out” seriam entendidas como anglicismos confusos e a ideia de incluir fármacos num Supermercado era, na altura, tão aberrante como instalar um minimercado numa Estação de Serviço.

Actualmente, estas realidades estão presentes no nosso quotidiano. Mas, para que esta evolução fosse possível, foi necessário um grande esforço de formação e profissionalização dos recursos humanos que estão directa, ou indirectamente, ligados ao retalho e à distribuição moderna.

Devido a esta dinâmica muito acelerada as estruturas precisam, cada vez mais, de encontrar parceiros que as oiçam, compreendam e que acima de tudo consigam acompanhar o seu ritmo. É nesta óptica que considero que as empresas de recrutamento e selecção especializadas têm e terão uma palavra a dizer. O facto de terem consultores com experiência prévia nas funções para as quais recrutam, faz com que o nível e a fluência da comunicação com clientes e candidatos seja tão eficaz como o crescimento do mercado.

O próprio paradigma do recrutamento e selecção foi acompanhando as necessidades e dinâmicas do mercado. Assim, em vez de recrutamentos por networking, algumas vezes pouco eficazes e que acarretavam riscos para todas as partes, hoje, a selecção de candidatos é, cada vez mais, entregue a profissionais especializados que conhecem, devido ao seu passado, as funções e devido ao seu presente os clientes e os candidatos. Considero, sinceramente, que o futuro passará por este conceito de especialização pois só com um entendimento claro, rápido e eficaz das necessidades do recrutador será possível entendê-lo como parceiro e não como cliente.

André Simões, Consultor de Retail da Michael Page

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