Distribuição

APED alerta para falha na cadeia de abastecimento

Por a 11 de Junho de 2008 as 2:00

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“Se esta situação de bloqueio não for resolvida, as empresas associadas da APED ficam assim sem hipótese de fornecer as lojas e os produtos deixarão de ser repostos, com as naturais consequências para o normal abastecimento da população”. É desta maneira que termina o comunicado, emitido na passada Segunda-feira, pela Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED).

A associação refere que “os produtos alimentares, nomeadamente perecíveis, estão bloqueados dentro das viaturas, com os motores dos aparelhos de frio em funcionamento, para evitar a degradação dos alimentos. Como é evidente esta situação não pode continuar, até porque os reservatórios de combustível estão a ficar quase vazios”.

A APED relembra que “a conjuntura económica internacional tem sido marcada pela alta dos preços dos combustíveis, que se reflecte directamente no aumento dos custos de produção de todas as indústrias, nomeadamente no transporte de mercadorias” e que “face a esta situação que afecta todo o sector da Distribuição, a APED tem vindo a manter uma atitude responsável de diálogo com todas as entidades envolvidas”.

A acção de paralisação desenvolvida, desde a meia-noite de Segunda-feira por alguns empresários de transportes de mercadorias, está a impedir a saída das viaturas dos centros de distribuição de empresas associadas da APED e “a prejudicar, gravemente, o normal abastecimento das lojas”, salienta a associação.

“Os camionistas estão colocados nos acessos aos entrepostos e bloqueiam a passagem das viaturas interrompendo-lhes a marcha. Assim, os motoristas que querem usar o direito de circulação, são impedidos de o fazer, através de ameaças físicas e do apedrejamento das viaturas perante a incompreensível passividade das autoridades policiais”, diz a APED. E conclui que, “as autoridades policiais não têm conseguido permitir a livre circulação das viaturas de mercadorias que se encontram estacionadas nos entrepostos e impedidas de sair, situação inaceitável num Estado de Direito”.

Também a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) alertaram que o prolongamento da paralisação dos transportadores poderá causar cortes nos abastecimentos ao público.

“A actual paralisação dos camionistas está a provocar enormes perturbações no sector agro-alimentar”, alerta FIPA em comunicado, garantindo que “está eminente” a ruptura de reservas nos armazéns “caso a paralisação não seja travada imediatamente”.

“Está já em causa o funcionamento de algumas fábricas”, diz a federação, além da “sobrevivência de milhões de animais que têm de ser alimentados todos os dias”.

A FIPA apela, assim, a uma intervenção “empenhada e urgente do Governo”, para assegurar o abastecimento de matérias-primas à indústria agro-alimentar.

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