Aumento do preço do arroz faz disparar roubo e contrabando

De acordo com as entidades tailandesas, o forte aumento de preços e procura do arroz nos mercados internacionais fizeram disparar o roubo e contrabando nos fronteiras da Tailândia, líder mundial na exportação de arroz.

A denúncia surgiu depois de uma organização estatal ter descoberto o roubo de cerca de 160 mil toneladas de arroz de uma unidade de produção subsidiada pelo Estado, encontrando-se guardadas em armazéns de empresas privadas do sector localizadas no Norte do país.

O roubo de tal quantidade de arroz, avaliada em cerca de 4,6 milhões de dólares, vem na sequência de outros roubos efectuados na região, embora de menor escala.

«Todas estas toneladas de arroz que desaparecem, são alvo de contrabando pelas fronteiras com o Laos e têm como destino a China», acusou o governador de Chiang Rai, Precha Kamolbut.

O ministério do Comércio tailandês fixou recentemente a tonelada de arroz nos 300 dólares para o mercado interno, mas a forte procura externa fez o preço disparar em poucos dias para os 400 dólares, revelam alguns analistas.

No mercado internacional, o preço da tonelada de arroz produzido na Tailândia alcançou, na semana passada, os 500 dólares, o mais alto desde de 1989, fazendo com que os países importadores, a maioria deles asiáticos, latino americanos e africanos, a pagar bem mais para garantir o abastecimento.

O presidente da Associação Tailandesa dos Exportadores de Arroz, Chookiat Ophaswongse, qualificou de “extraordinária” a situação que o mercado internacional atravessa. «É uma combinação de muita procura e reduzido fornecimento», admite, salientando contudo que a redução registada na produção em países como a Tailândia e Vietname também tem como causas o aquecimento global do planeta, fazendo com que os agricultores se virem para outras culturas mais rentáveis.

De referir que Tailândia e Vietname são responsáveis por cerca de 50% da comercialização de arroz no mercado internacional, exportando anualmente, aproximadamente, 9,5 e 4,5 milhões de toneladas, respectivamente, num mercado que totaliza cerca de 28 milhões de toneladas.