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Loja das Sopas na rua e em casa

Por a 7 de Março de 2008 as 9:30

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Uma sopa caseira, feita na hora, com condimentos tradicionais, uma marca familiar, com um “Q” de inovação e ambição e temos receita certa para o sucesso. Em dez anos de existência, a Loja das Sopas passou de um restaurante em Oeiras para os 38 espalhados de Norte a Sul do País. O êxito tem sido de tal ordem que a marca decidiu entrar na Distribuição Moderna com as bases para sopas da Loja das Sopas.

Para 2008 o objectivo é abrir mais cerca seis Lojas das Sopas em Portugal e levar o conceito para a rua, fora dos centros comerciais. Apesar de já contar com dez anos de existência, a conhecida marca de restauração moderna sofreu uma alteração em 2003, quando foi adquirida pela Eat Out, uma holding do grupo espanhol Agrolimen. Esta multinacional é uma empresa não cotada em bolsa, cujo capital provém maioritariamente de uma família, e que trabalha em várias áreas de negócio, entre as quais a restauração moderna com o grupo Eat Out.

O grupo já estava presente em Portugal através de uma joint-venture com a Ibersol, que está a gerir as marcas Pans & Company e Bocatta. Quando o anterior proprietário decidiu vender a Loja das Sopas, a Eat Out viu a oportunidade para entrar no mercado português de forma directa. «Havia uma marca com potencial de crescimento, o proprietário estava vendedor e resolvemos apostar», afirmou Lorenzo Herrero, country manager do grupo Eat Out em Portugal. Além disso, havia o lado sentimental, uma vez que o grupo Agrolime começou há 40 anos com a marca Gallina Blanca que produz sopas desidratadas.

Desde então, duplicaram o número de estabelecimentos. Em 38 Lojas das Sopas, 24 são franchisadas e 18 são próprias. Por uma questão de aceleração no processo de crescimento e gestão de recursos humanos, «a estratégia de crescimento passa pelo franchising», salienta o especialista. Mas, consoante o projecto, a marca define se é própria ou franchisada. «Se o centro comercial A tem um espaço disponível, significa que o custo é bastante elevado e se eu não entrar com a minha marca, há outros que pagam. Muitas vezes é difícil encontrar um franchisado que possa fazer face a esse investimento. Nesses casos, optamos pela loja própria», explica.

Internacionalização possível
Ainda pela mão do antigo proprietário, a Loja das Sopas fez um tentativa de incursão no estrangeiro, abriram uma loja no Brasil e outra em Espanha. As duas falharam, na opinião de Lorenzo Herrero porque não foi feita a lição de casa. «O que se fez foi pegar o modelo daqui e exportar para lá. No Brasil até arrancou bem, mas depois de quatro meses não se aguentou, porque não estava adaptado».

No entanto, para o responsável a internacionalização da Loja das Sopas é um projecto viável. «É possível abrir no Brasil, Espanha, França e nos Países Baixos, mas passa por uma adaptação», afirma o responsável, apesar de frisar que esta não é uma prioridade para o grupo em 2008, «mas há interessados, há contactos na Rússia, Turquia e em França».

Loja das Sopas na Distribuição
Com uma marca dotada de alguma notoriedade e um grupo por trás capaz de o sustentar, decidiram entrar no mercado da Distribuição Moderna em 2005 com um produto novo: base para sopas. A ideia era fazer um produto com qualidade e facilitar o trabalho das donas de casa.

«Temos o know-how industrial suficiente em Espanha para a produção, com a Gallina Blanca, e o mercado português estava completamente dominado por uma única marca que tinha 80% do mercado (Knorr)». Fizeram um estudo de mercado e detectaram uma oportunidade de crescimento, mas optaram não fazer o mesmo que a concorrência e fazer só a base, «decidimos fazer um cobranding e utilizar uma marca com a notoriedade da Loja das Sopas».

Passados dois anos, conseguiram «destronar a posição absoluta do líder» que, de 80% passou a ter 50% de quota. Para este ano, objectivam crescimentos na ordem dos 20, 25%. A isso juntam a inovação, «lançámos agora um preparado de cebola e um de marisco, que é um molho de base preparado» e em carteira têm outras novidades.

Para ser franchisado
Para Lorenzo Herrero existem três tipos de franchisados: o investidor, o gestor e o gerente. Os primeiros são as pessoas que têm algum dinheiro e querem investir, «esse não nos interessa». Os segundos são aqueles que têm alguma capacidade financeira, têm outras actividades profissionais, mas que gostam deste sector e querem ter um negócio. O gerente é alguém que tinha uma profissão, tem algumas economias e quer investir e viver disso. «Procuramos dentro destes dois perfis».

O investimento médio para abrir uma Loja das Sopas é de 150 mil euros, «a pessoa deve ter entre 30 a 40% desse valor disponível para investir, o resto facilmente é financiado».

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