Empreender: Ousar Ensinar

As crises e as dificuldades a elas associadas são uma ocorrência cíclica e inevitável ao longo da vida das pessoas e das empresas.

Aqueles que desenvolveram determinadas competências e conhecimentos, têm, em regra, uma preparação mais robusta que lhes permite agir em antecipação às dificuldades emergentes ou, pelo menos, reagir com mais energia e ousadia.

E isto pode fazer a diferença entre sobreviver e evoluir ou deixar de existir.

O sistema formal de ensino deve desempenhar um papel relevante na aquisição de conhecimentos e no desenvolvimento de competências fundamentais para a vida em sociedade.

Infelizmente, a realidade portuguesa é, a este nível, confrangedora. Em lugar de se estimular uma cultura de rigor e ambição, vimos assistindo a uma progressiva degradação dos padrões de exigência, quer ao nível dos conhecimentos, quer no campo comportamental.

O paradigma vigente é o de nivelar por baixo, focando os agentes do ensino sobretudo no cumprimento de indicadores estatísticos que, muitas vezes, escamoteiam uma realidade completamente diferente e geralmente pior.

Formata-se e impõe-se uma atitude burocrática, relegando os conteúdos, a substância, o resultado concreto para uma enorme “vala comum” de alheamento.

Nesta área, vive-se numa espécie de Neo-Barroco.

É claro que, a prazo, os cidadãos formados com estes parâmetros não podem deixar de reflectir atitudes e comportamentos de passividade, de irresponsabilidade, de falta de arrojo e rigor.

Não nos podemos resignar a esta situação. É preciso que as Instituições da Sociedade Civil e as pessoas que detêm níveis de conhecimento e responsabilidade mais elevados unam esforços para inverter este caminho.

Já há bons exemplos: Num recente Congresso Nacional de Gestores, promovido pela APM – Associação Portuguesa de Management, dedicado ao Empreendedorismo e Inovação, foram ilustradas acções concretas para melhorar Atitudes e Comportamentos Empresariais. O BCSD – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável tem em curso um programa de formação e apoio ao empreendedorismo, dirigido aos alunos dos ensino secundário.

A própria APM está a preparar um conjunto de acções que, desde os níveis de Escolaridade Básica, motivem os nossos jovens concidadãos para uma cultura de excelência, social e empresarial.

“De pequenino se torce o pepino”. Ajudemos a construir o futuro!

Manuel P. Névoa, Director de Marketing da Construtora da Ferraria, [email protected]