Distribuição

JM não vende Feira Nova

Por a 29 de Fevereiro de 2008 as 2:00

jm.jpg

Depois de conhecidos os resultados da Jerónimo Martins, que revelaram um crescimento das vendas de 21,4% para 5,35 mil milhões de euros e lucros de 131 milhões, Alexandre Soares dos Santos, presidente do Conselho de Administração da Jerónimo Martins, garantiu na conferência de imprensa realizada ontem que o grupo não venderá o Feira Nova. A clareza da afirmação, «não vendemos hipermercados, vendemos produtos», deixa certa a transformação das lojas Feira Nova em Pingo Doce no caso dos médios formatos, mas em aberto os grandes formatos da insígnia explorada pela JM.

Reforçada por Soares dos Santos a ideia de que «posso analisar, mas vender não vendo», a insígnia Feira Nova continuará a ser a representante do grupo nos hipermercados, dando Luís Palha, CEO da JM, 18 meses como prazo para a integração de todo o universo Plus e médios formatos Feira Nova em Pingo Doce.

Destacado foi durante a conferência de imprensa, também, o papel das Marcas Próprias do grupo, admitindo Soares dos Santos que estes deixaram de ser meros produtos “brancos” para assumir um conceito de qualidade. De resto, as vendas das Marcas Próprias da JM representam já 40% das vendas Pingo Doce, advertindo Alexandre Soares dos Santos, contudo, que «o tempo da comida barata já acabou».

Para tal, muito têm contribuído as sucessivas subidas das matérias-primas, antevendo os responsáveis da JM que esta situação poderá durar «mais dois a três anos», para depois estabilizarem novamente.

Realçada foi a presença e a liderança da JM na Polónia com a insígnia Biedronka, referindo Soares dos Santos que «para os que duvidam desta realidade, basta comprar os números». Estes indicam que o colosso Tesco totaliza vendas de 1,2 mil milhões de euros anualmente na Polónia, obtendo a operação polaca da JM vendas superiores a 2,3 mil milhões de euros. Luís Palha reforçou a posição da Biedronka na Polónia com o facto de «anualmente passaram pelas nossas lojas mais de 500 milhões de clientes, num país com 40 milhões de habitantes», admitindo, de resto, que «este facto é muito importante na estratégia futura do grupo na Polónia».

Quanto à concentração e vantagem ou desvantagem para o mercado, Soares dos Santos foi peremptório: «quem ganha é o consumidor», admitindo mesmo que «os que caem, são os que não percebem que quem manda é, na realidade o consumidor».

Quanto à possibilidade de análise de novas geografias, ou seja, expansão para outros países, o presidente do Conselho de Administração da JM foi claro: «a nossa grande prioridade é a integração das lojas Plus nos próximos dois anos».

Ainda no que diz respeito ao sucesso da operação polaca e expansão do negócio, Soares dos Santos admitiu mesmo que «o falhanço no Brasil levou-nos a ser líderes na Polónia». O caminho da JM e da Biedronka na Polónia é entendida, de resto, como possuindo somente um caminho: o da afirmação e expansão. «Há que entender que cerca de 50% das vendas alimentares ainda são efectuadas no retalho tradicional e somente 25% são realizadas na denominada Distribuição Moderna». Por isso, concluiu Luís Palha, sendo a nossa quota de 10%, ainda temos um grande potencial de crescimento», admitindo mesmo que «dentro de cinco anos, a Biedronka poderá ter 2.000 lojas».

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *