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Baterias apontadas a Leste

Por a 22 de Fevereiro de 2008 as 15:00

leste
A Cushman & Wakefield actualizou a sua pesquisa anual relativamente aos retalhistas internacionais. Dos 250 retalhistas, de 23 países, operando em 19 sectores do retalho, com estabelecimentos espalhados pelo continente europeu, as baterias estão apontadas a Leste e à Internet.

A pesquisa demonstrou que 64% dos retalhistas entrevistados operam somente com um estabelecimento, enquanto um quarto deles dispõe entre duas e três lojas, quando apenas 11% tem mais de três espaços comerciais em funcionamento. Muitos dos grupos visados neste estudo abrangem mais do que um sector e, tal como aconteceu no ano anterior, o ramo mais popular refere-se ao vestuário e acessórios (38%), seguido pelas lojas especialistas em produtos alimentares e bebidas (14%) e de calçado (11%), ramos que, relativamente à última pesquisa, trocaram de posições.

As categorias de saúde e beleza e de informática e tecnologia não se encontram representadas neste último relatório. Tal como verificado no período homólogo, a maioria dos retalhistas registou facturações superiores a cem milhões de euros no final dos 12 meses. Por sua vez, 31% dos retalhistas apresentou valores entre 21 e 60 milhões de euros, enquanto 22% facturaram entre 61 e cem milhões de euros.

A internacionalização no retalho
A maioria dos retalhistas (54%) identificou as oportunidades proporcionadas pela «expansão orgânica» como o principal propulsionador na sua expansão internacional – um grupo formado, prioritariamente, pelas empresas dos Estados Unidos e da União Europeia. Segue-se o factor relacionado com as limitadas oportunidades de expansão no mercado interno (42%), que surgem à frente da oferta de convenientes parcerias de franchise para alargar o negócio (30%).

Neste âmbito de retalho além-fronteiras, França e Espanha situam-se nos lugares cimeiros como destinos mais reputados, sendo a escolha de 26% dos entrevistados. A Bélgica, a Alemanha e o Reino Unido, com 25% das preferências cada, vêm logo a seguir. Portugal equipara-se à República Checa e à Rússia – consistindo, cada um destes países, um destino preferencial para 17% dos inquiridos. Relativamente ao estudo anterior, as maiores diferenças dizem respeito à entrada da República Checa no top 10 e a queda da Irlanda, como destino conveniente, da oitava para a 13.ª posição.

Existem vários factores que ajudam a determinar o local onde os retalhistas escolhem abrir novas lojas e como as mesmas são geridas, incluindo o método de entrada no mercado, o nível de maturidade da marca e a extensão da rede de lojas existentes dentro do país. Quando questionados sobre qual o seu método preferido de entrada num mercado, revelou-se uma clara tendência para a abordagem directa (82%). Um quinto respondeu que seria através do estabelecimento de franchises que preferia entrar no país e outro quinto afirmou que uma joint venture, com um parceiro local, era o seu método escolhido.

Estes resultados seguem a mesma linha que os obtidos nos dois anos anteriores. Ao alargarem as suas operações para o estrangeiro, é essencial que os retalhistas disponham dos canais de distribuição correctos e eficientes. A maioria dos grupos inquiridos operam, actualmente, os seus próprios centros de distribuição nos seus países de origem (53%). Isto representa um valor significativamente mais alto relativamente à pesquisa anterior, na qual constava uma percentagem de 38% de inquiridos que escolheu este método. Contudo, ao contrário do ano passado, esta forma de entrada em novos mercados teve uma grande aceitação por parte dos retalhistas da Europa de Leste. O segundo método nas preferências dos agentes de retalho consiste na distribuição através uma instalação centralizada (28%), seguido da utilização de um centro de distribuição no país de entrada (17%).

Em termos de destinos preferenciais, a Rússia permanece como a localização preferida para a expansão das empresas para os próximos dois anos (12%). Tal como no ano transacto, o principal foco para os retalhistas, nos próximos dois anos, será a Europa Central e de Leste. A República Checa (10%), a Roménia (8%), a Eslovénia (7%) e a Estónia (7%) detém altas cotações na lista de potenciais oportunidades de expansão.

No entanto, outros países fora da Europa tornaram-se o ponto de atenção dos retalhistas europeus e, como tal, foram incluídos no relatório deste ano. Os Emirados Árabes Unidos emergiram como uma alta prioridade para expansão (12%), constituindo o segundo destino mais popular. Uma outra percentagem de 12% dos retalhistas declarou não ter planos de expansão para os próximos dois anos.

Relativamente aos próximos cinco anos, a expansão na Europa deverá continuar para Leste, com 9% dos grupos de retalho a considerar a Rússia, 6% a Eslováquia e 5% a Bulgária, Eslovénia e Hungria. A proporção de empresas que consideram expandir-se para o país do Kremlin é significativamente mais baixo, referentemente ao ano passado (20%), estando os agentes à procura de mercados alternativos. Durante este período de cinco anos, os retalhistas prevêem abrir cerca de 2.900 lojas nos novos mercados em que se introduziram.

O principal mercado identificado pelas empresas para a abertura de novas lojas é, sem surpresas, a Rússia (aproximadamente 580 estabelecimentos). Eslovénia, Eslováquia, França, Alemanha, República Checa, Roménia e Polónia, contam, cada uma, com mais de cem novas lojas previstas. Foi também perguntado aos retalhistas em que cidade, na qual não detinham qualquer representação, pensariam estar nos próximos cinco anos. Mais uma vez, todas as maiores cidades do Leste e Centro Europeus figuram no Top 20. Moscovo volta a estar no primeiro lugar, uma vez que 44 entrevistados contam abrir um estabelecimento comercial na capital russa. São Petersburgo colheu a escolha de 37 dos visados no inquérito.

Comércio e retalho electrónico
O número de consumidores europeus com acesso à Internet continua a aumentar e, com isto, também aumenta a probabilidade de efectuarem compras online. Muitos retalhistas adoptaram estratégias de retalho multi-canais, incluindo websites transaccionais.

Existem, contudo, partes da Europa onde estas estratégias estão menos desenvolvidas, como o Leste, por exemplo. Quando inquiridos, a quase totalidade dos retalhistas (87%) declarou dispor de um website, sendo que a maioria destes detém uma página de Internet com o único fim de proporcionarem informação e somente 18% dispõem de um site transaccional. Todos os grupos norte-americanos presentes na Europa possuem um site, tal como a maioria dos agentes de retalho da Europa Ocidental/do Norte e do Sul (91% e 90%, respectivamente).

Os grupos do ramo do vestuário são aqueles que mais tendência têm a dispor de um website (94%), enquanto os grossistas são os que menos tendem a dispor de uma página na World Wide Web (somente 69%). Destes últimos, apenas 2% detêm um site para fins de transacções, comparativamente aos 26% dos retalhistas de vestuário, aos 19% do calçado e aos 15% de artigos para a casa.

As perspectivas Futuras
A Europa de Leste é considerada a região que melhor perspectivas de negócio proporciona aos retalhistas (39%), enquanto a Europa Central está logo atrás com 36% das escolhas.

No ano passado, estas duas regiões situavam-se na segunda e terceira posições, respectivamente, tendo, este ano, relegado a Europa Ocidental/do Norte para o terceiro lugar (30%). A melhoria da situação económica na Europa Central e de Leste constitui um impacto positivo no ambiente de retalho e encoraja o investimento estrangeiro.

Os retalhistas dos Estados Unidos aparentam estar relativamente confiantes quanto aos países europeus e deverão focar a sua atenção no Leste e no Norte do continente antigo. São os próprios retalhistas de Leste que acreditam que a sua região oferece as melhores perspectivas de negócio para os próximos anos e, enquanto os grupos da Europa Ocidental e do Norte também acreditam no potencial dos países no Centro e Leste da Europa, crêem, ao mesmo tempo, que a sua região também tem muito para oferecer.

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