Distribuição

Retalho mundial em crescimento

Por a 8 de Fevereiro de 2008 as 11:30

retalhoA mais recente edição do Global Powers of Retailing analisou o estado em que se encontra o sector do retalho mundial e chegou à conclusão de que não podia respirar melhor saúde. As vendas do Top 250 cresceram 8% e os dois representantes nacionais viram o seu ranking melhorar. 

Se na edição de 2007, os resultados dos 250 maiores retalhistas mundiais já eram animadores, registando um crescimento global de 6%, a mais recente edição do Global Powers of Retailing veio demonstrar que o retalho mundial está de boa saúde. O crescimento das vendas globais em 8 pontos percentuais no ano 2006 face a 2005, para 3,25 triliões de dólares, o relatório da responsabilidade da Deloitte e revista NRF Stores vem mostrar que mais companhias contribuiriam para este crescimento. Dado importante é, também, o facto de na edição passada 49 companhias registarem quebras nas vendas, descendo esse número para 36 na mais recente edição do Global Powers of Retailing.

De destacar há a subida dos dois maiores grupos portugueses neste ranking, passando a Jerónimo Martins do 150.º para o 138.º lugar, registando um crescimento médio 2001-2006, segundo o relatório, de 1,8%, enquanto a Modelo Continente, ganhou sete posições, passando de 190.º para 183.º lugar, mas com uma média negativa de 4,7%. Para a edição de 2007 do Global Powers of Retailing entraram, também, e pela primeira vez, retalhistas provenientes da Rússia e China, destacando-se a entrada directa para o 101.ª posição do grupo chinês Bailan, enquanto o melhor representante russo – X5 Retail Group – se quedou pelo 191.º lugar.

Uma mexida no topo
«É uma época extraordinária para o comércio a retalho», salientou Ira Kalish, director de Research da Deloitte para o sector dos Bens de Consumo, adiantando que «há sinais que apontam no sentido de uma consolidação e modernização dos mercados emergentes e que deve manter-se nos próximos anos. Habitualmente, eram as empresas de retalho estrangeiras que dominavam mercados como o da Rússia e da China, mas as estratégias subjacentes ao aparecimentos destas novas lojas reflectem uma maturidade cada vez maior por parte das empresas e dos mercados emergentes».

Esta afirmação de um dos responsáveis pelo estudo, vem corroborar, de facto, o bom momento que algumas economias registaram, verificando-se essa situação especialmente em países como a Argentina, Canadá, China, Alemanha, Índia, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos da América.

Na realidade, no topo deste ranking dos 250 maiores retalhistas mundiais não houve grandes alterações, registando-se somente uma única mudança no Top 10, trocando a Metro e a Tesco de posições (ver quadro).

De resto, a “eterna” Wal-Mart continua a liderar o Top 250, verificando-se que as vendas do colosso norte-americano ultrapassam o triplo das vendas do segundo classificado (Carrefour), com 348,650 e 97,861 mil milhões de dólares, respectivamente.

Top 10 representa 30%
De salientar é, na realidade, o peso que o Top 10 do retalho mundial possui nestas contas. Se nas contas referentes ao ano 2005 os dez maiores retalhistas mundiais representavam 29,4% das vendas totais, em 2006 o crescimento de 10,2% faz com que os mesmos dez grupos representam 30,1% das vendas totais dos 250 grupos inseridos neste ranking.

Quotizando os países de origem dos grupos incluídos nos Top 250, verifica-se que a maioria provêm dos EUA (37,2%), seguido da Europa (16%, excluindo Alemanha e França). Mas se esta representação por país no Top 250 pende claramente para os EUA, então o que dizer na quota por vendas, verificando-se aqui um claro domínio dos EUA, detendo quase metade das vendas retalhistas mundiais, com 45,5% (ver quadros).

De salientar, de facto, o peso do retalho da América do Norte neste ranking, especialmente dos EUA. Se no total da América do Norte são 104 os retalhistas presentes no Top 250, 93 provêem dos EUA. A segunda região mais representada neste ranking é a Europa com 91 retalhistas, sendo que deste total, 20 são do Reino Unido, 18 da Alemanha e 13 franceses. Da Ásia/Pacífico estão um total de 42 retalhistas, com 29 provenientes do Japão.

No que diz respeito à actividade dos retalhistas, do Top 250, 133 pertence ao retalho alimentar, existindo ainda 53 na área do lazer, 49 na moda e os restantes 15 a possuírem actividades diversificadas.

A influência dos Estados Unidos da América neste ranking é, na realidade, assinalável, já que nos 50 retalhistas com maior crescimento entre 2001 e 2006, 21 são dos EUA, apesar deste ranking ser liderado pelo grupo russo Euroset, com uma taxa de crescimento de 137%, seguido dos islandeses Baugur com 112%, constituindo os únicos dois exemplos a registarem subidas de três dígitos.

Novo El Dorado: Índia
Em jeito de conclusão, Ira Kalish refere que, confrontadas com mercados saturados e altamente competitivos nos seus países, as empresas europeias do comércio a retalho são as que mais têm intensificado as suas operações no exterior. Assim, «num momento em que o mix geográfico do consumo está a deslocar-se dos Estados Unidos para a Ásia, os retalhistas americanos e europeus podem ser obrigados a procurar novas oportunidades no estrangeiro, por forma a tirar partido do aumento dos gastos em bens de consumo nos mercados emergentes e a manter o crescimento das suas empresas», avançando Kalish que, «um dos mercados que poderá vir a ser o próximo campo de batalha para os grandes retalhistas será a Índia».

A conclusão deixada por Kalish é simples: «Investir na Índia é uma aposta de longo prazo. Os primeiros a avançar poderão tirar vantagens desse facto. É provável que um número crescente de empresas internacionais de retalho e conglomerados indianos comecem a demonstrar um interesse mútuo pela criação de joint-ventures nos próximos meses a anos».

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