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Pizzas com sabor alemão

Por a 8 de Fevereiro de 2008 as 11:30

oetkerCom a aquisição do negócio europeu de pizzas da Unilever, no final de 2004, a empresa alemã Dr. Oetker acaba por herdar o mercado ibérico. Três anos bastaram para pôr Ristorante na lista de compras dos portugueses e disputar taco a taco a liderança com a Nestlé. Com mais um trunfo na manga, a compra da Pizzanova, a Dr. Oetker prepara-se para dar cartas no sector.

A alemã Dr. Oetker goza o estatuto de multinacional desde o final da Segunda Guerra Mundial. Mas, em Portugal, dá os primeiros passos já no novo milénio. No final de 2004, o grupo adquiriu o negócio de pizzas congeladas da Unilever a nível europeu. O objectivo principal era cimentar a posição da Dr. Oetker nos países onde já operava mas a ofensiva abriu as portas ao mercado ibérico.

Constituir duas empresas em simultâneo revelou-se «complicado», explicou ao Hipersuper Arménio Mendes, responsável pela filial portuguesa da multinacional. «Arrancou-se em Julho com a constituição de uma organização própria em Espanha». Em Portugal, a empresa optou por deixar a representação da marca nas mãos da Unilever. «Até Outubro de 2005, as pizzas foram vendidas sob a marca Knorr Marco Bellini. A partir dessa data, adoptámos a marca Ristorante. Hoje, a marca que mais vende em Portugal, com 26% da quota de mercado em valor» (nos últimos seis meses do ano passado), assegura com ponta de orgulho.

Aquisição Pizzanova
Com a saída da Iglo do universo Unilever, a Dr. Oetker pôs fim ao contrato com multinacional holandesa e constituiu em Janeiro de 2007 a empresa e a equipa (nove pessoas) que actualmente gere os destinos da alemã em Portugal. As pizzas Ristorante são produzidas nas duas fábricas da empresa na Alemanha, «com rácios de produtividade muito elevados que nos permitem ser muito competitivos em preço».

No final do ano passado, já com sede própria no País, a Dr. Oetker desembolsou cerca de dois milhões de euros para adquirir a marca Pizzanova à Pescanova, a terceira mais vendida no mercado nacional com 11% de quota de mercado, logo a seguir a Ristorante e a Buitonni, da Nestlé. «O objectivo da aquisição é aumentar as vendas entre 30 a 40%». Além disso, Pizzanova veio preencher uma lacuna no portfólio da empresa: pizzas congeladas para microondas.

A empresa está actualmente a braços com a mudança de imagem das embalagens. «Vamos manter a marca Pizzanova». É da fábrica da Pescanova em Espanha que chegam os produtos. «Já nos propuseram o desenvolvimento de novos produtos mas para tomar decisões temos de conhecer melhor o produto e os consumidores nacionais». Para já, não descarta a hipótese de internacionalizar a marca Pizzanova para Espanha e França. «A Pescanova não comercializa uma marca de pizza em Espanha. Produz marcas próprias para alguns grupos de distribuição, assim como bases para o canal Horeca».

De farmácia a Multinacional
Há mais de cem anos, um farmacêutico alemão de nome August Oetker desenvolve uma fórmula inovadora de fermento em pó. O sucesso da receita leva ao inicio da actividade industrial de bens de consumo e a pequena farmácia transformou-se num grande império.

O negócio prosperou sob a batuta dos descendentes e ainda hoje está nas mãos da família Oetker. O grupo, que actualmente se dedica a seis áreas de actividade, é liderado pelo bisneto do fundador. O sector de navegação (transporte marítimo) representa 40% da facturação da Dr. Oetker. O alimentar ocupa a segunda posição do ranking de facturação. A multinacional alemã tem ainda negócios locais nos sectores de bebidas, onde a grande aposta é a cerveja, vinhos, banca e seguros.

Retrato Dr. Oetker

  • Constituição em 1891
  • Sede em Bielefeld, Alemanha
  • Em 1893 dá-se o lançamento do primeiro produto: fermento em pó
  • 6 áreas de negócio: alimentar, bebidas, vinho, navegação e seguros
  • Facturação: 8 mil milhões de euros
  • Não está cotada em bolsa
  • 12 fábricas entre a Europa e América
  • Opera em 34 países

Curiosidades

  • O mercado nacional de pizza cresce aum ritmo médio de 15% desde 2005
  • O consumo per capita de pizza em Portugal é 400g contra 1,8kg na Alemanha
  • Caso o consumo médio nacional atinja 600gr o mercado cresce 60%
  • O Governo baixou o IVA (Imposto de Valor Acrescentado) das pizzas congeladas de 21% para 12%. O IVA a 12% estava até então confinado às pizzas com carne na composição
  • Em Espanha, a pizza fresca representa cerca de 75% do consumo. Nos restantes países europeus, e Portugal não é excepção, a pizza congelada detém a maior fatia das vendas

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