Feiras

De Barcelona para o mundo

Por a 8 de Fevereiro de 2008 as 11:30

alimentaria De 10 a 14 de Março, a capital da Catalunha vai receber a 17.ª edição da Alimentaria.Nas palavras do director do evento, Antonio Valls, «a Alimentaria é um salão de salões, em que as palavras-chave são inovação e internacionalização».

Num mercado onde o sector alimentar e bebidas registou, em 2006, vendas superiores a 77 mil milhões de euros, representando 17% do total das vendas da indústria nacional – segundo dados da Federação de Alimentação e Bebidas espanhola (FIAB) – constituindo o sector industrial mais importante do país, valendo 7% do PIB, Barcelona irá receber, durante cinco dias, a maior Alimentaria de sempre.

Dividida entre Montjuic e a Gran Via, a 17.ª edição da Alimentaria «consolida-se como uma das maiores feiras mundiais do sector agro-alimentar», admite Josep Lluís Bonet, presidente do Comité Executivo Organizador da Alimentaria, admitindo ainda que a internacionalização do evento é um dos pontos fundamentais.

Uma feira = 15 salões
Mas se a Alimentaria é, para muitos, uma das feiras mais importantes do sector agro-alimentar do mundo, também é verdade que não se trata simplesmente de uma feira, mas mais de uma feira de salões, apostando a organização na segmentação dos vários sectores presentes (ver caixa).

Nas palavras do director da António Valls, director da Alimentaria, «o mercado está cada vez mais complexo, respondendo toda a indústria com novas soluções e inovações. No negócio das feiras, a saturação do mercado é elevada e a concorrência leva a que este seja “invadido” por algumas organizações que não pretendem servir o mercado e o negócio». Assim, adianta Valls, «é preciso conhecer todos os factores influenciadores de uma feira – consumidor, indústria, distribuição e sector de feiras – de modo a oferecer o que é realmente importante para o negócio».

Para esta feira, a organização da Alimentaria oferece mais de133.000 m2 de superfície, prevendo a visita de mais de 155.000 pessoas de 150 países, 5.000 expositores e um volume de negócios para a capital da Catalunha de 167 milhões de euros durante os cinco dias de duração do evento.

O crescimento da feira tem sido, aliás, assinalável, demonstrando os dados avançados na conferência de imprensa, realizada em Barcelona, que de 2004 para 2008, a Alimentaria cresceu perto de 18.000 m2 em área líquida de exposição, aumentando o número de expositores em 1.000 e de visitantes mais 12.500.

Os números da organização indicam ainda que, cerca de 20% dos visitantes da Alimentaria chegarão do estrangeiro, subindo este número para os 30% no que diz respeito à nacionalidade dos expositores.

De estranhar – ou talvez não – o sector do vinho é aquele com maior espaço de exposição, ocupando 32.000 m2 (quase a Alimentaria portuguesa), admitindo Valls que «competimos claramente com as maiores feiras de vinho mundiais», casos da Vinexpo e ProWein.
Uma rede de feiras

De resto, o grande objectivo da organização da Alimentaria não se esgota na capital da Catalunha, existindo projectos de internacionalização da feira organizada pela Alimentaria e Reed Exhibitions. Além da vinda de inúmeros grupos de trabalho a Barcelona, o objectivo da organização deste evento é levar a própria feira até esses países. Assim, além das já existentes Alimentaria Lisboa, México e Mercosur/Argentina, a organização tem na calha uma estratégia a médio-longo prazo para entrar no Brasil e na Ásia.

No entanto, e até esses projectos não se encontrarem implementados nos respectivos países, a organização da Alimentaria Barcelona 2008 coloca à disposição dos expositores diversas possibilidades para poderem efectuar negócios internacionais.

Paralelamente à realização de eventos como o VII Fórum Internacional de Alimentação, VII Congresso da Dieta Mediterrânea, Innoval e Prémios Best Pack, os expositores têm à sua disposição eventos internacionais como o Projectos América Latina, UE-10, Ásia, EUA e Canadá, onde lhes é dada a possibilidade de efectuar reuniões, mostra de produtos, conhecimentos e/ou plataformas de distribuição e alargar os contactos (ver caixa).

Ponte para exportação
Os encontros que a organização da Alimentaria proporciona aos seus expositores foi, aliás, tema da mesa redonda durante a conferência de imprensa, focando os seus intervenientes a necessidade da criação de verdadeiras marcas multinacionais espanholas, com o objectivo de abrir as portas para um desenvolvimento das exportações.

Jaime Palafox, director de Promoção Exterior da FIAB, admitiu até que «os mercados desenvolvidos estão saturados», salientando que «quando os produtos espanhóis lá chegam, os outros já lá estão», tornando-se assim mais difícil a captação de consumidores, dando como alternativas os mercados emergentes, chamando, contudo à atenção que, «actualmente, toda a gente tem as suas baterias apontadas para estes países. Por isso, há que agir com rapidez».

Na opinião de Josep Lluis Bonet que, além de presidente do Comité Executivo Organizador da Alimentaria é, também, proprietário e administrador da Freixenet, «houve falta de esforço empresarial da parte dos empresários espanhóis, fazendo com que os seus produtos chegassem tarde aos principais mercados de exportação».

Assim, e tal como em Portugal é frequente este assunto vir a debate, a conclusão é simples: é necessário e forçoso trabalhar a imagem do país, aproveitando para tal as personalidades mais conhecidas no mundo, tais como Fernando Alonso (Formula 1), Rafael Nadal (Ténis), Ferran Adrià (chef do El Bulli, considerado o melhor restaurante do mundo), entre outros.

Apontando o azeite e o vinho como os produtos com maiores possibilidades de sucesso a nível internacional, Ralf Bender, director do alemão Lebensmittel Zeitung, salientou que «existem, no entanto, outros produtos que Espanha exporta com sucesso mas que não possuem marca», casos das frutas e legumes.

A dieta mediterrânea foi apontado por Martí Saballs, subdirector do jornal Expansíón, como uma via a explorar, admitindo, contudo, «que Espanha não é conhecida pela sua cozinha. Tal com Itália, Japão, China ou México, Espanha terá de criar restaurantes temáticos, com cozinha típica, de forma a facilitar a exportação de produtos».

Finalmente, destaque ainda para o “Estudo de Tendências sobre Procura do comprador do Futuro” que irá ser apresentado durante a Alimentaria Barcelona 2008, da responsabilidade da TNS, apontando para algumas tendência que os diversos mercados irão registar no futuro.

Projectos Internacionais

  • Projecto América Latina – um dos principais centros de negócios da Alimentaria, encarregando-se de estabelecer o intercâmbio entre as diferentes instituições e empresas agro-alimentares e o mercado da América Latina.
  • Projecto UE-10 – sempre atenta à abertura de novos mercados para os expositores, a Alimentaria 2008 favorece as relações comerciais com os países do Centro e Leste Europeu.
  • Projecto Ásia – uma grande plataforma de conhecimento e contactos económicos vinculados a países como China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Tailândia e Filipinas.
  • Projecto EUA e Canadá – agenda de encontros de distribuição que facilitam aos expositores a exportação dos seus produtos para os EUA e Canadá.

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