Sector das pescas pode parar

Os profissionais da pesca equacionam fazer uma paralisação geral para chamar à atenção sobre a crise que se vive neste sector, provocada pelo aumento dos combustíveis e a não valorização do pescado, noticia o Correio da Manhã.

Armadores, organizações de produtores e estruturas sindicais reuniram-se em Peniche para desenhar uma estratégia em conjunto. De acordo com declarações de Jerónimo Rato, da Associação de Armadores da Pesca Local, Costeira e do Largo do Oeste ao jornal, o objectivo é fazer uma paragem que não represente grandes transtornos aos consumidores, mas que cause uma importante quebra de receitas em impostos para o Estado.

Em causa está o aumento dos combustíveis, que põe em risco a sobrevivência das empresas do sector e dos seus cerca de 17 mil trabalhadores. «Os rendimentos dos pescadores são calculados depois de descontados os custos com as despesas. Se estas aumentam, os assalariados retiram menos valor do seu trabalho», explica Frederico Pereira, coordenador da Federação dos Sindicatos das Pescas, ao Correio da Manhã.

Apesar do preço do gasóleo ter quase triplicado, o preço do pescado fresco está igual e, nalguns casos, inferior ao registado há cinco anos. A produção nacional diminuiu em 23% (para as 44 mil toneladas) na última década, quando os consumos nacionais se mantém estáveis.