Danone apela da decisão no processo que a opõe à Wahaha

O grupo Danone decidiu apelar da decisão emitida pelas autoridades chinesas no processo que os franceses enfrentam contra Zong Qinghou no que diz respeito ao controlo da marca de água engarrafada Wahaha. As entidades chinesas referiram na decisão que a marca Wahaha nunca foi transferida do Instituto de Propriedade Intelectual para a joint-venture que a Danone tinha com Zong Qinghou.

«Estamos chocados com a decisão», revelou a Danone em comunicado, adiantando que a comissão ignorou «factos fundamentais para a tomada de decisão», admitindo que irá recorrer desta decisão.

Neste momento existem outros 23 processos em tribunais em cinco países pelo controlo da Wahaha, marca que representou cerca de 8% no volume de vendas da Danone em 2006.

Esta sentença coloca em perigo o terceiro maior mercado da Danone, a seguir à França e Espanha, adiantando os analistas que as vendas do grupo francês na China irão registar uma queda de 40% no última trimestre do actual exercício devido ao processo da Wahaha.

Alguns analistas referem que este processo «é negativo para o crescimento top-line da Danone» e que o grupo gaulês perde cerca de 25 milhões de dólares (17 milhões de euros) por mês em vendas.

De referir que Zong, fundador da Wahaha, criou novas companhias após ter entrado na joint-venture com a Danone, vendendo bebidas utilizando a marca Wahaha.

A Danone, que entrou na joint-venture com uma participação de 26%, aumentando posteriormente essa mesma participação, até deter a maioria, para a qual contribuiu com tecnologia e marketing, com o objectivo de reforçar a posição no mercado chinês. O grupo Danone acusa Zong de criar ilegalmente a própria companhia produzir bebidas com a marca Wahaha e forçar os distribuidores a comprometerem-se contratualmente.

Zong recusou, recentemente, a proposta da Danone que queria 51% da companhia recém-criada.