Bruxelas quer menos 15% de pesca

Ainda há muito a fazer para se estabelecerem os objectivos da Política Comum das Pescas, nomeadamente pescarias sustentáveis a longo prazo, refere um comunicado da CE. De acordo com Joe Borg, membro da Comissão responsável pelas Pescas e Assuntos Marítimos, «embora a situação se mantenha estável e se registe mesmo uma evolução encorajadora em determinadas pescarias, a maior parte das unidades continua a ser objecto de sobrepesca». Para avançar para uma situação sustentável a longo prazo, terão que haver novos esforços, caso contrário «assistiremos ao rápido declínio das unidades populacionais que são objecto de sobrepesca e a prejuízos persistentes para as frotas que delas dependem». Nesse sentido, «instamos que dêem prioridade à sustentabilidade, a longo prazo, das nossas pescarias, e não aos interesses económicos ou políticos a curto prazo».A pescada do Sul ao largo da Península Ibérica é uma excepção à regra. Graças a duas abundantes classes anuais desta espécie e a redução de 10% da mortalidade por pesca, a CE propôs um aumento de 15% do TAC. Continuando nas águas da Península Ibérica, chegam más notícias para o lagostim, que verá os TAC reduzidos em 15%, isto porque se estima que as capturas reais se situem 75% acima do autorizado.

Quanto ao bacalhau, tem havido progressos, mas ainda são necessárias medidas de protecção. Apesar do elevado nível de bacalhau no mar do Norte, continuam a haver bastantes devoluções. Razão que levou a CE a aumentar 11% do TAC neste local, mas a implementar medidas para reduzir esta prática. Noutras zonas, os pareceres mantêm-se pessimistas e a Comissão propôs uma redução de 25% das possibilidades de pesca.

A pescada do Norte mantém tendência positiva, porém a mortalidade por pesca continua acima de uma taxa capaz de produzir o rendimento sustentável. Pelo que a CE propôs um aumento de apenas 2,5% para 2008.

O linguado do Golfo da Biscaia viu reduzido o TAC em 8%, já no mar do Norte esta espécie terá uma redução de 15%.