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Vinhos profissionais

Por a 2 de Novembro de 2007 as 18:30

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Projecto nascido em 2003, a Herdade do Meio conseguiu, em apenas quatro anos, estabelecer parcerias com a Metro/Makro, Sonae, TAP e grupo Pestana para o escoamento dos seus néctares. João Pombo, administrador da empresa, não utiliza meias-palavras para definir o projecto que lidera: «o meu focus é vender e ganhar dinheiro. É claro que a condição para tal é fazer o melhor vinho possível e entregá-lo ao mercado ao melhor preço».

De projecto «meio-lúdico e familiar», a Herdade do Meio passou a ter um «cariz altamente profissional» em apenas quatro anos. João Pombo, administrador da empresa, refere que «nestas coisas do vinho, ou se está de forma profissional, ou não vale pena investir no sector vitivinícola».

O projecto vitivinícola da Herdade do Meio inicia-se em 2003, apostando João Pombo, ligado profissionalmente, até esta data, ao sector do turismo, na produção de vinho, possuindo actualmente 23 hectares de vinha, explorando mais 130 em concelhos circundantes. Com vinha e uvas, o empresário inicia a construção da adega em Maio de 2003 a tempo da primeira vindima, correspondendo o actual centro de produção a três alargamentos sucessivos. O sucesso da produção e, principalmente, escoamento dos vinhos da Herdade do Meio estão espelhados nestas expansões, tendo passado das 300 toneladas iniciais (2003) para 670 toneladas (2004), 1.200 toneladas (2005) e, finalmente, 2.000 toneladas (2006).

Parceiros de “luxo”

Responsáveis por estes sucessivos alargamentos, são as parcerias de “vulto” que João Pombo estabeleceu, contando, desde a primeira hora, com a ajuda da Invest Alentejo (empresa participada do universo Sonae), bem como da Metro/Makro, TAP e por último grupo Pestana. «Da parte da Sonae, a ajuda foi fundamental», salientando João Pombo que «como micro-empresa, a Herdade do Meio teve o privilégio de estar associada a um dos grupos de maior sucesso em Portugal e aplicar os melhores métodos de gestão, controlo e planeamento na empresa».

O primeiro vinho – Outeiro da Águia – surge em Maio de 2004, tendo a primeira venda sido efectuada para o Brasil. Seguiram-se as marcas Herdado do Meio e Virtude, néctar lançado em Outubro de 2005 na Makro e responsável pela parceria internacional estabelecida, posteriormente com o grupo Metro, mas com vinho diferente. Depois de ultrapassadas as divergências com a Diageo, distribuidora dos vinhos da Herdade do Meio, o empresário decidiu produzir uma marca exclusiva para a Makro, lançado em Fevereiro de 2006 sob o nome Egoísta, distribuída em 28 dos 29 mercados trabalhados pelo grupo alemão a nível mundial. Excepção nesta parceria é o acordo com a TAP, onde o Egoísta entrou na board list, reconhecendo João Pombo que «estar na TAP é uma das melhores formas de dar a conhecer os nossos produtos, quer em termos de brand building como em tasting, chegando a milhões de consumidores». Mais recentemente, a Herdade do Meio contratualizou outra parceria de prestígio, com o Virtude a ser eleito como vinho da casa em todo o grupo Pestana.

Caminho ascendente

Considerando o projecto da Herdade do Meio como «um bebé nestas coisas do vinho», o caminho apontado por João Pombo é ascendente. Dividindo o escoamento dos vinhos entre o retalho Alimentar (80%) e o Horeca (20%), o administrador da empresa salienta que o «objectivo é aumentar a quota de exportação», actualmente nos 15%, admitindo que «o acordo com a Metro vai proporcionar um salto muito grande nos mercados internacionais».

Critico em relação à realidade vitivinícola nacional, principalmente na região em que opera, João Pombo refere que «sendo Portugal o 7.º produtor de vinho mundial, é, contudo, o 12.º exportador. Portugal tem de ter a ambição de ser o 7.º país exportador de vinho e estar nos principais mercados mundiais», admitindo que «enquanto para França, Itália, Espanha ou Austrália a designação de país é um prémio, para Portugal é um obstáculo«.

Olhemos para o Douro

«Ignorado pela própria região do Alentejo», João Pombo admite ser visto como um “outsider”, mas responde, não com palavras, mas com prémios. Foi o que aconteceu no Concurso Nacional de Vinhos Engarrafados 2007, «único concurso em Portugal organizado por entidades insuspeitas e único certificado pelo IVV e OIV» o Herdade do Meio Garrafeira tinto foi o único a receber Medalha de Prestígio, obtendo ainda uma medalha de Ouro e duas Prata.

Aberto a colaborar com todos os produtores que estejam dispostos a melhorar os vinhos do Alentejo, João Pombo aponta o Douro como um exemplo a seguir. «As pessoas no Douro tiveram visão e perceberam que a única forma de ganhar quota de mercado, passava pela união, criando uma imagem global do Douro, concorrendo e cooperando ao mesmo tempo».

Apesar de ainda ser curta a história da Herdade do Meio, João Pombo afirma que está confiante. «Gostaria de ver a Herdade do Meio com uma produção de 1,2 milhões de garrafas por ano em 2012», admitindo não querer mais marcas, mas sim «consolidar» as existentes: Herdade do Meio, HdM, Outeiro da Águia, Egoísta e Virtude. Na calha está a concretização de uma parceria nos mesmos moldes que existente coma Metro/Makro, revelando «estar aberto a outras parcerias com outros grupos da Moderna Distribuição em Portugal». Quanto ao mercado de exportação, João Pombo é peremptório: «Não quero vender vinho a todo o mundo. Queremos chegar à excelência daquilo que pode ser um vinho dentro de um garrafa e isso é produzi-lo com a máxima qualidade e colocá-lo no mercado a um preço competitivo». Concluindo que «estes cinco anos foram de preocupações qualitativas e não quantitativas, desenvolvendo um casamento feliz entre a tradição e a inovação», acredita que não vai crescer muito mais:«Temos a dimensão e massa critica certa. Somos uns dos 10 maiores players do Alentejo e encaramos o futuro com optimismo».

Marcas da Herdade do Meio

  • Herdade do Meio
  • hdm
  • Outeiro da Águia
  • Egoísta
  • Virtude

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