Conflito Berardo vs Guedes na Sogrape

De acordo com o Semanário Sol, Joe Berardo, detentor de um terço da Sogrape SGPS, requereu em tribunal a dissolução das holdings através das quais a família Guedes controla a Sogrape, maior produtor de vinhos nacional.A sociedade Guedes, Carmo & Silva SGPS, que controla por sua vez a Sogrape, é detida em 53% por Salvador Guedes e 31,5% por Berardo, e constitui o grande entrave para que o Comendador Berardo consiga estar representado na gestão a Sogrape, impossibilitando ao mesmo tempo a não criação de sinergias com as restantes empresas de Berardo no sector.

O problema reside no facto de que entre a Guedes, Carmo & Silva SGPS existem duas sociedades gestoras, admitindo Berardo que com «este sistema em cascata», a família Guedes tem uma posição muito superior àquela que o capital detido lhe confere.

Além da falta de informação relativamente à empresa e não distribuição de dividendos pelos accionistas, Berardo diz que os sócios são excluídos da gestão da holding.

Caso o pedido entregue por Joe Berardo seja diferido pela Justiça, «Salvador Guedes passaria a deter 44% contra os 35% de Berardo na nova Sogrape, deixando, assim, de haver um accionista maioritário», revela o Sol.

De referir que as relações entre Joe Berardo e a família Guedes nunca foram as melhores, tendo como ponto alto a compra por parte do Comendador da posição detida pela família Carmo na Sogrape por 80 milhões de euros.

De referir que Joe Berardo é proprietário da Quinta da Bacalhoa (detentora no seu portfólio de vinhos como o JP, Catarina, Palácio da Bacalhoa, Quinta da Bacalhoa, Tinto de Ânfora e Moscatel de Setúbal, entre outros) e Caves Aliança (com vinhos como Quinta do Quatro Ventos, T Quinta da Terrugem, Alabastro e vários Espumantes) e que, ao conseguir juntar a Sogrape, juntaria vinhos tão emblemáticos como o Barca Velha, Mateus Rose, Grão Vasco, Gazela e vários vinhos do Porto, sabendo-se que o grande objectivo de Berardo é o de colocar a holding de vinhos em bolsa.