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Produtores espanhóis devem apostar na China

Por a 1 de Outubro de 2007 as 2:00

Vinhos europeus em alta na ChinaO vinho espanhol, que já é o segundo exportador de vinho a granel para a China, possui fortes possibilidades de melhorar a sua performance naquele país, incrementando as vendas de vinhos engarrafados. Esta é pelo menos a opinião dos especialistas e opinion makers espanhóis.

Durante a jornada “A protecção de marcas espanholas na China e os direitos de Propriedade Industrial no sector do vinho”, tanto os agentes da fileira vitivinícola, como a Federação Espanhola do Vinho (FEV), puderam manifestar a atenção e interesse que os produtores de vinho espanhol deverão ter pelo mercado chinês, deixando, contudo, a referência de que não se trata de um mercado isento de complicações.

«O forte fascínio que existe pelas fortes possibilidades comerciais oferecidas pela China para aumentar as vendas não pode cegar os empresários espanhóis», advertiu o conselheiro comercial do ICEX em Pequim, Javier Serra.

O responsável pela entidade espanhola deixou o recado: «um dos primeiros passos deverá passar pelo registo de uma marca na autoridade que tutela a Propriedade Industrial na China, de modo a proteger essa mesma marca», chamando Javier Serra à atenção para o facto de que «trata-se de um mercado muito grande e quanto mais rápido se registar marcas, mais possibilidades existem para a sua utilização, sem medo de que o respectivo pedido venha a ser negado por já existir uma marca ou produto similar no mercado».

Foi isso mesmo que explicou o representante do Instituto de Propriedade Industrial chinês, Wang Tiangziang, na jornada realizada em Madrid. De acordo com Tiangziang, o processo de registo de marca na China não é difícil, «mas não é rápido», podendo demorar até três anos. «É muito importante obter esse direito na China», salientou o responsável chinês, adiantando que, «só assim se pode provar e denunciar usos fraudulentos de uma marca».

Javier Serra referiu que os produtores espanhóis deverão iniciar a sua aproximação ao mercado chinês rapidamente, mas de forma organizada. Serra recordou ainda que «o consumo de vinho na China é de apenas 0,35 litros per capita por ano, uma média muito baixa. O consumo de vinho importado ronda os 25% e que mais de 80% dessa quantidade é de vinho a granel».

Rafael del Rey, director-adjunto da FEV, incitou os produtores espanhóis a investir no mercado chinês, salientando que «devem explorar todas as possibilidades deste mercado, que oferece grandes oportunidades, dada a população existente, bem como o aumento do poder de aquisição e crescente ocidentalização dos costumes».

«Há três formas de aproximação dos produtores espanhóis ao mercado chinês», admitiu del Rey: «vendendo marca (mercado de prestígio onde o rei continua a ser o vinho francês), vendendo a granel (os chineses estão a desenvolver os seus próprios vinhos e marcas com tanto êxito que precisam de vinhos para fazer blends) ou estabelecendo joint-ventures».

De referir que a China encontra-se a desenvolver o seu sector vitivinícola, contando quase com 500 mil hectares de vinha, procurando sócios, sendo sobretudo os franceses que estão presentes no país.

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