Distribuição

Um Continente reforçado

Por a 21 de Setembro de 2007 as 9:00

sonae

De acordo com o Worldpanel da TNS eurotest, com a aquisição dos 12 hipermercados e 11 licenças do Carrefour em Portugal, por um valor superior a 660 milhões de euros, a Sonae distancia-

-se ainda mais da Jerónimo Martins (JM) no panorama da Distribuição Moderna nacional (2.º classificado). Senão vejamos: Se a taxa de penetração do grupo liderado por Nuno Jordão (antes da operação) se situava nos 71,5% e 2,7 milhões de compradores, contra 66,3% e 2,5 milhões de compradores da JM, a aquisição da operação do Carrefour em Portugal possibilita à Sonae ampliar a taxa de penetração para 76,1% e aumentar os compradores para 2,9 milhões.

De resto, o Worldpanel da TNS “A nova Sonae” refere que, «com a compra dos 12 hipermercados Carrefour, a Sonae confirma a sequência de acções (expansão de lojas em 2006, lançamento cartão Fidelidade no início do ano e agora a compra dos hipermercados Carrefour) que visam alcançar a liderança isolada da Distribuição Moderna em Portugal».

Crescer em todos os sentidos
As contas realizadas pelo Worldpanel da TNS revelam que a aquisição dos hipermercados do grupo francês, representa um aumento de 6% de compradores adicionais, correspondendo a cerca de mais 170 mil novos clientes, atingindo os já referidos 2,9 milhões de lares compradores, ou seja, a nova Sonae é responsável por 33% do valor gasto na Distribuição Moderna pelos lares portugueses.

Conclusão a que o Worldpanel da TNS chega também, é que é na faixa Litoral de Portugal Continental (93 mil) e na Grande Lisboa (57 mil) que se verifica a chegada de novos compradores ao universo Sonae.

Mas, o que significa exactamente esta compra do Carrefour pela Sonae e em que patamar fica o grupo liderado por Nuno Jordão no panorama nacional? Se tivermos em atenção que a operação não inclui somente os 12 hipermercados que os franceses detinham em território nacional, mas também as 11 licenças, entre as quais 3 para novos Centros Comerciais (Valango, Maia e Seixal), facto para o qual não é alheia a participação da Sonae Sierra nas negociações, «também o combustível (motor cada vez mais importante na escolha das cadeias) é uma das novas áreas de negócio onde a Sonae conta agora com 9 postos».

Mas é, contudo, no que diz respeito aos FMCG (Fast Moving Consumer Goods) que o Novo Continente virá fazer a diferença, ultrapassando o Intermarché, reforçando, ao mesmo tempo, a percentagem que detém no Till Roll (ver gráfico).

O futuro do retalho?
Questão que também se coloca agora, é saber como vão reagir os principais adversários da Sonae a nível nacional. Sabendo-se do interesse que alguns players tinham, apesar de nunca terem sido confirmados, consta que Jerónimo Martins, Auchan, Os Mosqueteiros estavam na corrida, a “única saída” deverá passar por fusões ou mais aquisições, sabendo-se que grupos com dimensão de relevo que possam ameaçar a posição do líder já não existem muitos.

Mais longe parece ter ficado a entrada de um grande grupo internacional em Portugal (Tesco, Wal-Mart). A não ser que seja essa a intenção da Sonae: reforçar a liderança indiscutível no retalho nacional, de modo a ser a única hipótese a ser considerada por um desses grupos numa eventual entrada no nosso mercado.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *