FMCG Vinhos

Uma “Collection” de Vinhos

Por a 1 de Junho de 2007 as 16:00

 companhia das quintas

Criada em 1999, a Companhia das Quintas colocou-se rapidamente entre as maiores empresas produtoras de vinho em Portugal. Através de aquisições e fusões, o objectivo é estar entre as sete maiores empresas nacionais já em 2009. Para tal, os responsáveis do projecto prevêem crescimento orgânicos de 20% ao ano
A história da Companhia das Quintas começa com a realização de um projecto pessoal de Miguel Melo Azevedo que, após um percurso na banca de investimento, decide enveredar pelo reino de Baco. O ano de 1999 marca, assim, o arranque da Companhia das Quintas, com a compra da Quinta da Romeira, propriedade emblemática, da qual existem notícias históricas que demonstram ter sido esta uma das quintas utilizada pelo Conde D. Pedro (filho do rei D. Dinis) para pagamento de uma dívida. Mais tarde, podemos encontrar a propriedade na posse da família dos Condes e depois Marqueses de Castelo Melhor, tendo o seu mais ilustre representante, o 3. Conde, instituído o Morgado de Santa Catarina em honra à Rainha D. Catarina, Rainha de Inglaterra e regente de Portugal.

Quintas históricas
Voltando aos dias de hoje, e oito anos após o início deste projecto, a Companhia das Quintas está presente em seis regiões – Estremadura, Alentejo, Douro, Palmela, Beiras e Bucelas – contando ainda no seu portfólio com os Espumantes da Bairrada.

Manuel Rocha, director-geral da Companhia das Quintas, refere que «este projecto nasceu com uma ambição bastante grande em termos de crescimento, pautando-se a lógica de aquisição sempre pela tentativa de estar presente nas principais regiões produtoras de vinho em Portugal e se possível, possuir a melhor, mais emblemática, mais histórica e lendária quinta da respectiva região».

Assim, juntaram-se à Quinta da Romeira, a Quinta de Pancas (Alenquer), Quinta de Fronteira (Douro), Quinta do Cardo (Beiras), Pegos Claros (Palmela) e Quinta da Farizoa (Alentejo), detendo a Companhia das Quintas, actualmente, 328 hectares de vinha na totalidade, «o que a torna num dos principais proprietários de vinha em Portugal», revela Manuel Rocha. O director-geral da empresa salienta, desde logo, que o projecto foi pensado, desde o seu início, «como um projecto global, com uma escala razoável», admitindo que «neste momento encontramo-nos entre a dez maiores companhias produtoras de vinho em Portugal e ambicionamos estar entre as sete primeiras já em 2009».

Para tal, foi necessário, primeiro, investir. «A nossa lógica, até 2006, passou pelo investimento nas infra-estruturas (propriedades, vinhas, adegas), encontrando-nos, neste momento, numa fase de consolidação, dedicando os recursos financeiros ao marketing, imagem, vendas e promoção».

“The Quinta Collection”
Isto, contudo, não quer dizer que a Companhia das Quintas parou o seu investimento na aquisição de novos activos. «Novas aquisições não estão postas de lado», garante Manuel Rocha. «Estamos sempre a avaliar novas hipóteses e todas as semanas temos novos dossiers em cima da mesa para analisar». Entre as regiões onde ambicionam estar, ou melhor, um dos vinhos que ambicionam produzir, é o Vinho do Porto, salientando Manuel Rocha, «a nossa ambição é crescer e estar no top. Prevemos um crescimento orgânico de 20% ao ano, mas se perguntarem se estamos satisfeitos, terei de dizer que não. Falta-nos sempre algo e, no nosso caso, não estamos presentes em região que achamos muito importantes para o nosso portfólio, nomeadamente, Vinhos Verdes, Dão e Vinho do Porto». Em vez de adquirir quintas nestas regiões, os responsáveis da Companhia das Quintas não colocam de parte possíveis joint-ventures, de modo a enriquecer a oferta disponível, «desde que seja uma mais-valia para a Companhia das Quintas».

Importante para a estratégia futura da Companhia das Quintas foi a recente renovação da imagem e identidade institucional, permitindo à empresa agrupar os vinhos da Companhia das Quintas num único umbrella, de modo a transmitir aos consumidores os novos valores da marca e o respectivo posicionamento. Assim, nasceu, no início de Maio, o conceito “Vinhos únicos de Quintas únicas”, que, com um investimentos de um milhão de euros, tem por objectivo uniformizar a imagem entre as Quintas através do umbrella “The Quinta Collection”, mantendo, ao mesmo tempo, a tradição, personalidade e prestigio de cada quinta.

«Esta mudança, ao introduzir a designação em inglês, tem como objectivo acompanhar a nossa intenção de reforçar a nossa presença em novos mercados, como o anglo-saxónico», salienta Manuel Rocha. «O nosso posicionamento, não permitia obter sinergias de efeito umbrella nas marcas e alavancar a notoriedade da Companhia das Quintas em relação às respectivas marcas. Estas eram alicerçadas nas raízes de cada uma das quintas e não necessariamente na Companhia das Quintas. Precisávamos de um conceito de família entre as diferentes quintas e vinhos».

Assim, o projecto passa por desenvolver uma família de marcas coerente e em linha com as necessidades dos consumidores portugueses e globais, fundamentalmente pela construção de uma família de marcas suportada na Companhia das Quintas com uma brand proposition facilmente reconhecida pelos consumidores, tendo o trabalho sido entregue à agência britânica Wren&Rowe.

Além fronteiras
Naturalmente que este novo conceito de umbrella não terá como único e principal objectivo o mercado nacional, apontando os responsáveis da Companhia das Quintas as baterias aos mercados de exportação. Com uma produção anual de aproximadamente 600 mil caixas de 9 litros, valendo a exportação entre 15 a 20% do total, destacam-se mercados como a Rússia, Benelux, Angola, Canadá, EUA, França, Suíça e Brasil, revelando Manuel Rocha que nestes mercado não existe uma região que se destaque, mas antes «os próprios vinhos, através da sua qualidade e diferenciação. O que é que nós podemos oferecer a um consumidor alemão ou britânico que um produtor australiano, neozelandês ou californiano não pode oferecer? A aposta terá de residir na diferenciação e aí conseguimos oferecer um vasto leque de opções que nos possibilita adaptar o vinhos aos diferentes mercados».

Já no mercado nacional, Manuel Rocha refere que, tanto o canal Alimentar com Horeca são fundamentais. «Qualquer produtor não pode viver sem nenhum destes canais. Tentamos todos os dias prestar o nosso melhor serviço, numa relação win–win. Para termos sucesso, precisamos que os nossos parceiros também tenham sucesso».

Quando confrontando com a possibilidade de existirem produtores ou vinhos a mais no mercado nacional, o director-geral da Companhia das Quintas é da opinião que o consumidor deverá ter a oportunidade de escolher o vinho que deseja. «As cadeias deverão ter a maior oferta possível. Compreendo que existem questões de rentabilidade. Por isso, num mercado tão competitivo, penso que os produtores que maior rentabilidade dêem às cadeias serão, teoricamente, os privilegiados. Haverá uma selecção natural e esta deverá sentir-se num espaço de dois a três anos. Não nos podemos esquecer que se trata de um sector altamente fragmentado e a consolidação é inevitável», refere Manuel Rocha. Por isso, «os casos de maior sucesso de entre os pequenos produtores serão obviamente adquiridos por empresas maiores. É impossível o sector dos vinhos sobreviver com esta fragmentação».

Na companhia dos 7
Com planos de 3 e 5 anos delineados, terminando o primeiro em 2009, e o segundo em 2011, os objectivos da Companhia das Quintas estão bem segmentados e quantificados: crescer organicamente, em volume e valor, 20% ao ano no mercado nacional e 50% a nível internacional, não descorando, como já referido, possíveis aquisições ou joint-ventures. «Neste momento, a nossa prioridade passa por desenvolver as marcas existentes, não estando nos planos o lançamento de novos marcas de vinho», admite Manuel Rocha.

Durante a apresentação da nova imagem da Companhia das Quintas ficou, contudo uma certeza: «queremos colocar o Prova Régia no top de vendas nacional e haverá um tinto Prova Régia, bem como uma aposta nos espumantes».

Quanto à possível integração no G7, dado um dos objectivos traçados passar por ser uma das sete maiores empresas produtores de vinho em Portugal, Manuel Rocha não confirmou, nem desmentiu, referindo que «da estratégia da Companhia das Quintas faz parte poder recolher sinergias de todas e quaisquer associações, parceiras que possam existir». Por isso, «é algo a que não dizemos taxativamente que não e que a acontecer, acontecerá naturalmente».
Vinhos
Quinta da Romeira (DOC Bucelas)
Prova Régia

Morgado Sta. Catarina

Quinta da Romeira

Chardonnay&Arinto

Quinta da Romeira Colheita Tardia

Quinta de Pegos Claros (DOC Palmela)
Pegos Claros

Quinta de Fronteira (DOC Douro)
Fronteira

Fronteira Reserva

Quinta de Pancas (Regionais/Estremadura)
Pancas Branco

Pancas Tinto

Quinta de Pancas Chardonnay

Quinta de Pancas Chardonnay
& Arinto

Quinta de Pancas Cabernet Sauvignon

Quinta de Pancas Assemblage

Quinta de Pancas Special Selection Cabernet Sauvignon

Quinta de Pancas Special Selection Touriga Nacional

Quinta de Pancas Premium

Quinta de Pancas Reserva Especial

Quinta do Cardo (DOC Beira Interior)

Quinta do Cardo Branco

Quinta do Cardo Tinto

Quinta do Cardo Síria

Quinta do Cardo Rose

Quinta do Cardo Special Selection

Quinta do Cardo Colheita

Seleccionada

Quinta da Farizoa (Regional Alentejo)
Farizoa

Farizoa Reserva

Gaião

Gaião Reserva

Quintas
Quinta de Fronteira (DOC Douro)

50 ha (18 ha de vinha)

Quinta do Cardo (DOC Beira Interior)

168 ha (80 ha de vinha)

Quinta de Pancas (DOC Alenquer)

72 ha (53 ha de vinha)

Quinta da Romeira (DOC Bucelas)

130 ha (77 ha de vinha)

Quinta de Pegos Claros (DOC Palmela)

600 ha (40 ha de vinha)

Quinta da Farioza (DOC Alentejo)

168 ha (60 ha de vinha)

Caves Borlido (Bairrada)

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