Aves recuperam da crise

O surto da gripe das aves detectado em explorações agrícolas europeias fez cair o consumo em Portugal no primeiro semestre de 2006, mas no ano transacto o mercado nacional ficou marcado por volumes de venda e preços médios acima dos registados nos exercícios anteriores graças ao desempenho dos últimos seis meses do ano.«O ano passado foi atípico para as vendas. Começou com a crise da gripe das aves, iniciada em Setembro de 2005 e que se estendeu até Março do ano transacto, mas com excelente recuperação a partir do Verão. O segundo semestre revelou-se muito bom», explica Armando Almeida, presidente do conselho de administração da Avipronto.

Portugal é um dos países com melhor controlo da produção, sanidade, bem-estar e saúde de aves de produção intensiva, assegura Armando Almeida para defender que existem poucas probabilidades que a gripe das aves chegue a Portugal e, mesmo que o País se confronte com a pandemia, esta «será perfeitamente controlada e eliminada. À semelhança do que aconteceu recentemente em Inglaterra, onde o problema não saiu dos limites do local de produção», justifica.

Além disso, Portugal é quase auto-suficiente na produção de carne de aves, pelo que está afastado o cenário de receber aves infectadas por via da importação uma vez que as quantidades recebidas são pouco significativas.

Novos hábitos de consumo
O consumo per capita de aves em Portugal ronda 30 quilos, mais sete face à média europeia. No entanto, o presidente do conselho de administração da Avipronto acredita que o consumo tem potencial para crescer, impulsionado pelo ritmo dos hábitos de consumo modernos, através da «introdução no mercado de produtos confeccionados, pré-preparados, temperados e em doses individuais ou duplas». Tudo para facilitar a vida aos consumidores.

O mercado das aves em Portugal movimenta 630 milhões de euros. O frango continua a liderar as preferências dos portugueses, em boa parte graças aos nutrientes que oferece. É pouco calórico, de fácil digestão e rico em sais minerais e proteínas. Além de ser um produto económico e versátil na culinária.

Para conquistar novos consumidores, a indústria tem apostado em novos equipamentos de transformação de carnes nas unidades industriais, investigação, novos produtos, assim como em melhorias na sanidade e controlo do processo produtivo. As novas tecnologias informáticas permitem ainda gerir de forma mais eficiente o controlo de qualidade destes produtos.