Centros comerciais com 100 milhões de m2 em 2007

Até ao final do ano de 2007 são esperadas aberturas de centros comerciais na Europa, totalizando um valor recorde de 13,8 milhões de m2, segundo o último estudo European Shopping Centre Development da consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W).

De acordo com a C&W, a área bruta locável (ABL) total de centros comerciais na Europa ultrapassará os 100 milhões de metros quadrados, alcançando os 107 milhões no final de 2007.

Marta Leote, directora do departamento de Research & Consulting da Cushman & Wakefield em Portugal comenta: «Ultrapassar a barreira dos 100 milhões de metros quadrados será um momento histórico, numa altura em que os centros comerciais têm um papel muito importante no quotidiano dos europeus».

«No entanto, é importante salientar que, apesar de o maior crescimento em termos de áreas se registar nos países da Europa Central ou de Leste, os países da Europa Ocidental com economias mais consolidadas serão os que maior nível de desenvolvimento qualitativo terão, uma vez que os promotores começam agora a alterar os modelos de centros comerciais para se adaptarem a consumidores e retalhistas mais exigentes», afirma ainda Marta Leote.

No que se refere ao mercado nacional, o crescimento de ABL em 2006 manteve-se estável. Com a última abertura do ano, o Trindade Domus, a nova oferta totalizará cerca de 170.000 m², inferior em apenas 18.000 m² relativamente ao valor registado em 2005. A concentração nas grandes cidades é cada vez menos evidente, sendo que dos 13 projectos em construção, 3 localizam-se na zona da Grande Lisboa, estando os restantes distribuídos pelo resto do país, principalmente nas Zonas Norte e Centro.

Para os anos seguintes prevê-se uma manutenção do crescimento, estando actualmente em construção mais de 380.000 m² de ABL com abertura prevista para 2007 e 2008; a este valor acrescem mais 90.000 m² de projectos planeados. Continua a verificar-se uma aposta no formato de centros comerciais que representa 77% do total.

Marta Leote admite que «a crescente ameaça de uma possível saturação do mercado levanta novos desafios para os promotores e investidores, sendo vital a aposta na entrada de novos retalhistas, na criação de novos conceitos e de novas técnicas de marketing e gestão. Por outro lado, esta consolidação da oferta irá exigir um maior investimento por parte dos proprietários dos conjuntos comerciais existentes, que deverão ponderar a modernização dos mesmos».

Os países com mais aberturas previstas de centros comerciais entre 2006 e 2007 são a Rússia, a Polónia e Itália. A Rússia tem 1,5 milhões de m2 em projecto com abertura prevista até ao final de 2007. Um dos promotores mais activos neste país é a empresa sueca IKEA, que abrirá 5 centros comerciais Mega até ao final deste ano em cidades como Moscovo, São Petersburgo, Ekaterinburg e Nizhny Novgorod.

Segundo Marta Leote, «o mercado russo está a mostrar um forte crescimento imobiliário, uma vez que tem uma forte procura de retalhistas e consumidores. Os promotores estão agora a concentrar a sua atenção em cidades com 400.000 a 600.000 habitantes. Esta nova tendência contraria aquela a que temos vindo a assistir de implementação de centros comerciais em cidades com mais de 1 milhão de habitantes».