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Mercedes-Benz combate a fadiga ao volante

Por a 5 de Dezembro de 2006 as 18:13

Mercedes-Benz com “Power Shift”

Especialistas da Mercedes-Benz na área da segurança estão a focar a sua atenção para uma das principais causas de acidentes: excesso de fadiga. O objectivo do trabalho é desenvolver um sistema que seja capaz de, preventivamente, avisar o condutor do estado de fadiga em que se encontra. Neste projecto foram já testados mais de 200 condutores, em simuladores ou em estrada, pelo que é expectável o lançamento deste inovador sistema nos próximos anos.

Vários estudos científicos estimam que entre 10 e 20% dos acidentes graves de tráfego podem ser atribuídos a cansaço. De acordo com um estudo efectuado por diversas companhias de seguros na Alemanha, a fadiga é responsável, nas auto-estradas, por um em cada quatro acidentes fatais. A probabilidade de ser morto num acidente que resulte de fadiga é 2,5 vezes superior a todas as outras causas de acidentes.

Esta avaliação dos acidentes é corroborada por investigadores internacionais. A American National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) estima que todos os anos mais de 100.000 acidentes nos EUA são causados por fadiga, matando 1.500 pessoas e ferindo 71.000. A NHTSA defende que o risco de um acidente, ou quase-acidente, aumenta 4 a 6 vezes quando o condutor está cansado. Um outro estudo sobre fadiga ao volante realizado por cientistas no Canadá verificou que um em cada cinco condutores já quase adormeceu enquanto conduzia.

Dois terços dos acidentes induzidos por fadiga ocorrem à noite, com um em cada dois a verificar-se em situações de pouco trânsito. A maioria dos acidentes deste género ocorre durante a madrugada, entre as 2 e as 6 da manhã.

O desenvolvimento do novo sistema de detecção de fadiga ao volante foi iniciado há alguns anos através de uma série de testes num simulador de condução em Berlim. A este seguiram-se testes de condução em estrada e auto-estrada à noite, num total superior a 250.000 km.

Durante as investigações práticas, uma equipa multidisciplinar que incluía, entre outros, engenheiros, matemáticos e psicólogos, testaram uma variedade de métodos na detecção de fadiga no condutor. Uma destas técnicas é o método de observação “eye-blink”: uma câmara de infra-vermelhos direccionada para a cabeça do condutor monitoriza em permanência a frequência do piscar de olhos, permitindo detectar o micro-sono num momento em que os olhos se encontram fechados durante mais do que um certo período de tempo. Um sinal de aviso toca no cockpit do veículo como resposta.

Para obter indicadores objectivos de fadiga, são também usadas outras leituras psicológicas como o electroencefalograma (EEG) e a análise de dados dinâmicos de condução. Um dos sistemas acciona um alarme se o condutor não mexer o volante durante um período prolongado de tempo.

Tendo em conta esta situação, a Mercedes-Benz aplica múltiplos factores de detecção de fadiga, como o estilo individual de condução, a duração da viagem, a altura do dia e o trânsito. Por estar permanentemente a comparar os dados com os valores empíricos guardados, o sistema tem a possibilidade de compilar um perfil individual do condutor e usar cálculos de probabilidade para determinar se o condutor começa a exibir os primeiros sinais de fadiga.

O principal objectivo deste projecto em desenvolvimento é detectar a transição gradual do estado acordado para cansado, avisando o condutor antes que o acidente possa ocorrer.