Bebidas

Reivindicações sem álcool

Por a 1 de Junho de 2006 as 14:00

Reivindicações sem álcool

A Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV) veio a terreiro reivindicar que é crucial criar condições para que a cerveja sem álcool se afirme no mercado nacional, defendendo por isso que a publicidade a este tipo de bebida não seja alvo de restrições legislativas.

Na conferência de imprensa de abertura da Semana Nacional da Cerveja, Alberto da Ponte, presidente da APCV, indicou que, numa altura em que o Governo reconhece a importância de reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, designadamente por automobilistas, é importante que a cerveja sem álcool ganhe quota de mercado. Classificando de “dissonante” a posição do legislador, apontando a existência de uma “perseguição à cerveja sem álcool”, Alberto da Ponte defendeu a liberalização do espaço publicitário, tanto na televisão como nos eventos desportivos, adiantando que “a cerveja sem álcool não deverá ser equiparada às demais bebidas alcoólicas, uma vez que não responde pelas mesmas características de perigosidade.

Senso comum na PUB

A revisão ao Código da Publicidade que foi proposta prevê as restrições à publicidade aplicadas às bebidas alcoólicas – quer no horário televisivo (entre as 07:00 e 22:30) quer na presença em eventos desportivos – sejam alargadas também à cerveja sem álcool, nos casos em que a marca umbrella é a mesma para as variantes com e sem álcool.

A APCV, constituída pela Unicer, Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), Empresa de Cervejas da Madeira (ECM), Cervejeira Europeia (Cereuro) e Fábrica de Cervejas e Refrigerantes João Melo Abreu, considera que, em relação à utilização de marcas umbrella, “o País não tem muitas marcas fortes e o sector cervejeiro nacional é, felizmente, uma excepção. O capital de imagem das marcas de cerveja portuguesa deve pois ser aproveitado, em vez de ser estrangulado”. Por outro lado, defendeu Alberto da Ponte, “as marcas umbrella que já estão estabelecidas facilitam que os consumidores habituais de cerveja e outras bebidas alcoólicas passem, em certas ocasiões, a optar pela cerveja sem álcool, sendo mais fácil fazê-lo com recurso a marcas que já estão bem estabelecidas”.

Na apresentação feita à imprensa, a APCV revelou que o lançamento de cervejas sem álcool “com as nossas marcas umbrella permitiu, entre 2004 e 2005, o crescimento do consumo de cerveja sem álcool em 53%”, ou seja, uma evolução de três (2004) para 4,6% em 2005, defendendo Alberto da Ponte que “a dissociação das marcas de cerveja sem álcool das marcas umbrella enfraquece o conjunto das marcas, não criando assim massa critica”.

Admitindo que a publicidade é um instrumento essencial para que a cerveja sem álcool conquiste quota de mercado, os responsáveis pela APCV defendem uma revisão da lei, não fazendo sentido que a cerveja sem álcool não goze do mesmo tratamento dos refrigerantes. Assim, fazem parte das prioridades da APCV: a promoção dos benefícios do consumo moderado de cerveja, efectuar uma distinção clara entre “consumo” e “abuso”, bem como reforçar as medidas de responsabilidade social do sector. “A APCV está empenhada em promover o consumo responsável e em participar no combate à sinistralidade rodoviária relacionada com o consumo de álcool”.