Banco de Portugal anuncia retoma moderada

A contrariar as previsões de crescimento da economia portuguesa para os próximos dois anos projectada pelo Governo, o Banco de Portugal (B.P.) estima, no Boletim Económico de Inverno, que a actividade económica vai observar uma recuperação moderada, «prevendo-se um crescimento do PIB de 0,8 por cento em 2006 e um por cento em 2007», como pode ler-se no documento. A ligeira recuperação da actividade económica está relacionada com «a trajectória das exportações, na medida em que projecta que a procura interna registe nos próximos dois anos um ritmo de crescimento semelhante ao estimado em 2005», acrescenta a projecção. Por sua vez, as exportações deverão revelar «crescimento inferior ao das importações do mercado de destino, o que traduzirá uma continuada perda de quotas de mercado», sendo que se estima uma «evolução desfavorável da competitividade das exportações portuguesas num contexto internacional de concorrência acrescida».

Em relação ao consumo privado, o B.P. prevê «taxas de crescimento médias anuais ligeiramente superiores a um por cento quer em 2006 quer em 2007». Por último, quanto ao investimento, o B.P. estima uma «quase estabilização em 2006 e quebra em 2007».

A condicionar a recuperação da economia portuguesa, segundo anunciou ontem em conferência de imprensa o Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, estão sobretudo a subida do preço petróleo e as medidas de controlo orçamental previstas no Orçamento de Estado para 2006.