Agravamento dos resultados do grupo DIA confirma-se com prejuízo de 144,4 milhões de euros

Os resultados trimestrais do grupo DIA confirmam a deterioração do seu desempenho previsto em abril, quando a companhia emitiu um comunicado a dar conta das expectativas de agravamento das suas contas.

O grupo espanhol dono do Minipreço reportou esta terça-feira prejuízos de 144,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2019, um agravamento significativo face ao resultado negativo de 16,2 milhões de euros verificado no período homólogo do ano anterior, informa o grupo em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV).

Desta forma, os capitais próprios negativos da empresa-mãe agravaram-se para 174,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, face aos capitais próprios negativos de 99 milhões de euros com que a companhia fechou o exercício de 2018.

As vendas líquidas do grupo DIA caíram 7,2% para 1.664 milhões de euros. No período homólogo do ano anterior, as vendas situaram-se em 1.793 milhões de euros. Também as vendas comparáveis caíram 4,3%, sendo essa descida mais pronunciada em março, registada em 7,9%

A deterioração das vendas e o aumento dos prejuízos agravam a situação da empresa e colocam esta em risco de dissolução, pois o dono do Minipreço tem, até 20 de maio, de resolver a situação dos capitais próprios negativos. Um dos cenários que está em cima da mesa para resolver a situação do grupo passa pela injeção de 500 milhões de euros por parte do seu acionista principal, o fundo LetterOne.

Vendas caem em Portugal
As vendas líquidas caíram nos três mercados internacionais onde o grupo opera, em Portugal, na Argentina e no Brasil. As vendas líquidas, em Portugal, foram de 138,8 milhões de euros, o que traduz uma queda de 5,6%. Este desempenho negativo está relacionado com a descida de 3,9% das vendas comparáveis e com a contração do espaço de vendas comerciais em 1,4%, refere a companhia no relatório e contas. Em Portugal, o número de lojas desceu de 532 para 528.

No mercado argentino as vendas líquidas caíram 22,6% para 223,2 milhões de euros, enquanto que no Brasil as vendas líquidas desceram 5,6% para 327 milhões de euros.

Já no mercado espanhol, as vendas líquidas desceram 3,5% para 975,6 milhões de euros.

O EBITDA do grupo no primeiro trimestre de 2019 foi de 12,4 milhões de euros, uma descida de 77,7% em relação aos 55,5 milhões de euros do período homólogo do ano anterior.

A companhia fechou os primeiros três meses do ano com uma dívida financeira líquida de 1.702,2 milhões de euros.