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Mil milhões de euros da despesa em bens de grande consumo muda de mãos em dez anos

Por a 16 de Abril de 2019 as 15:42

senior“Na última década, quase mil milhões de euros nas categorias de FMCG [bens de grande consumo] mudaram de mãos no mercado português, ao passar das famílias com filhos para os reformados”. Esta é uma das principais conclusões da sétima edição do estudo “Marcas+Consumidores”, apresentado esta terça-feira pela Centromarca.

O estudo encomendado à Kantar Worldpanel pela associação portuguesa de empresas de produtos de marca aconselha as marcas de grande consumo a apostarem neste target já hoje e no futuro.

“Quando pensamos em targets do futuro, temos tendência para pensar nas gerações mais jovens. Porém, o grupo de maior crescimento populacional são os maiores de 65 anos ou seniores. Este grupo passou de representar 7% da população, em 1950, para 18%, em 2008. Na última década, o ritmo de crescimento deste grupo etário dobrou até atingir 22% da população portuguesa”, explicou Marta Santos, manufacturers sector director da Kantar, na apresentação do estudo.

Os seniores deverão representar mais de um terço da população em menos de três décadas. São eles que vão ditar uma grande parte das tendências do grande consumo. “O rendimento dos seniores cresceu em termos relativos muito mais do que no resto da população o que, unido à diminuição do número de pessoas que compõe os agregados familiares, faz com que o gasto per capita em bens de FMCG seja quase o dobro do que nos lares com quatro ou mais integrantes”, acrescenta Marta Santos.

A Kantar arrisca um conselho a fabricantes e retalhistas. “Em termos de consumo, a saúde determina grande parte das escolhas dos seniores. A sustentabilidade, a origem dos produtos e naturalidade estão entre as maiores preocupações do consumidor sénior, tendências que já marcam o lançamento de novos produtos”.

Fragmentação do consumo

Há mais uma alteração nos lares portugueses que está a influenciar o padrão de consumo: os lares são cada vez mais pequenos. “A outra face da moeda são as famílias com filhos que, nestes dez anos, deixaram de representar a maioria e passaram a ser menos de 45% da população”, lembra Marta Santos. Para a responsável, “a conjugação de 54% da população em lares até dois integrantes, juntamente com a fragmentação do consumo, requer uma adequação do sortido que responda a esta nova realidade.”

Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, também chama a atenção para a importância de apostar no segmento sénior. “Quer os fabricantes quer os distribuidores, terão que dar uma crescente atenção a esta alteração da pirâmide demográfica sem nunca perder de vista os diferentes segmentos de consumidores e as suas especificidades ao nível de preferências ou de processo de compra. Mas isso não invalida que o segmento sénior deva merecer um foco especial a nível de produtos, de espaços ou de comunicação”.

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