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Serviço “delivery” é chave da nova estratégia do Grupo Metro

Por a 19 de Outubro de 2017 as 12:01

O serviço “delivery” destaca-se como aposta global para alicerçar a transformação digital do grupo Metro. Ao oferecer o transporte das compras aos seus clientes, a operadora espera atrair um maior número de negócios independentes, do canal Horeca e do retalho, assim como ajudar os mesmos a transitar para o digital.

Ana Catarina Monteiro, em Dusseldorf*

O serviço “delivery” é uma das principais apostas do grupo alemão Metro para crescer nos próximos anos. A empresa que tem o seu “core business” no comércio grossista, além de operar também a cadeia de hipermercados Real, estima crescer a um ritmo anual “superior a dois dígitos, ao longo da próxima década”, no que diz respeito à atividade de entregas de encomendas. Para já, o serviço representa uma fatia de quatro mil milhões de euros na faturação global de 37 mil milhões de euros alcançada no último exercício fiscal, revela ao HIPERSUPER Philippe Palazzi, operating partner da multinacional para Portugal, Espanha e França.

“O ‘delivery’ representa um importante pilar de crescimento. Globalmente, uma média de entre 70 a 80% dos bens comprados por clientes do canal Horeca [hotéis, restaurantes e catering] são já encaminhados através do nosso serviço de transporte. Até agora, [com os próprios clientes a transportarem os produtos a partir das lojas físicas], atraímos 50% do mercado e com o sistema ‘delivery’ podemos alcançar 100% dos negócios”, explica o responsável à margem da exposição Metro Unboxed, que o grupo alemão levou a cabo em Dusseldorf, cidade onde está sediado, entre os dias 13 de setembro e 2 de outubro.

“Delivery” em Portugal tem mais de 2100 clientes

Em Portugal, a insígnia grossista que o grupo opera com dez lojas no País, a Makro, abriu em novembro de 2016, junto à loja de Matosinhos, no Grande Porto, a primeira plataforma destinada a entregas, ainda que a inauguração oficial da mesma tenha acontecido apenas em março deste ano.

Com mais de 1000 metros quadrados (m2) de área de armazenagem, dos quais 700 m2 em temperatura controlada, e quatro cais de carga, a estrutura vem conferir capacidade logística a pequenos e médios negócios independentes que não têm capacidade para se deslocar à loja e transportar os produtos frescos e congelados ou os equipamentos para cozinhas, por exemplo.

A cadeia “cash and carry” detém 220 mil clientes registados em solo luso, dos quais 48 mil pertencem ao canal Horeca e os restantes são negócios de retalho. Do total, são “2100 os negócios que regularmente utilizam o serviço ‘delivery’. E com as três plataformas de serviço de entregas que abrimos, situadas no Porto, Albufeira e Lisboa, o valor deve aumentar muito mais nos próximos anos”, afirma, por sua vez, Sílvia Lopes, head of Marketing and Communications da Makro Portugal.

Atualmente, a insígnia grossista tem três centros de distribuição para dar resposta a esta área de negócio. As plataformas de transporte de Albufeira e da Grande Lisboa estão em funcionamento desde, respetivamente, janeiro e junho de 2017, embora ainda não tenham sido oficialmente inauguradas.

Os alicerces para a transformação digital do grupo

METRO board - storytelling
No certame Metro Unboxed, em Düsseldorf, ficou comprovada a aposta no serviço “delivery” em várias regiões do planeta. Entre as várias iniciativas locais expostas pelas 25 filiais do grupo alemão que marcaram presença no certame, a maquete do centro de distribuição com 50 mil metros quadrados que inaugura no início do próximo ano na República Checa foi um dos indícios que evidenciou essa aposta. Mas não só. O operador francês de distribuição alimentar para profissionais Pro à Pro, adquirido pela Metro em fevereiro de 2017, esteve também representado na mostra, assim como o Rungis, operador alemão de transporte para entregas alimentares “expresso”, com operação em Portugal, comprado pelo grupo em fevereiro de 2016.

Ao assumir o transporte da mercadoria o grupo está também a criar os alicerces para que os mais de 21 milhões de negócios do setor de retalho e do canal Horeca que serve em 35 países transitem para o ecommerce. “Estamos a investir nas ferramentas necessárias para potenciar a transformação digital a nível global, não só na parte logística, com o serviço ‘delivery’, mas também com a criação de websites com serviços digitais. Esta é claramente a direção. No entanto, precisamos trazer também os tradicionais negócios do canal Horeca – e os seus consumidores – para o digital. É uma transformação para nós e também para eles, por isso, não precisamos ir demasiado rápido. Nem todos os pequenos negócios independentes ligados ao retalho, restauração ou hotelaria têm capacidade de, sozinhos, desenvolverem as próprias plataformas online e ferramentas para progredir no mundo digital”, sublinha Philippe Palazzi.

*Texto publicado originalmente na edição impressa de outubro

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