Imóveis de retalho puxam pelo investimento estrangeiro
O retalho é o setor dominante na captação de investimento nos primeiros seis meses do ano. Concentrou 40% dos cerca de 1.000 milhões de euros investidos em imóveis comerciais.
Depois de um primeiro trimestre menos positivo, no qual a atividade recuou 37,5%, o investimento em imobiliário comercial registou um segundo trimestre muito positivo. Entre abril e junho, disparou para os €651 milhões, mais que duplicando (+106%) os €315 milhões transacionados em igual período do ano passado e crescendo 83% face ao trimestre anterior, quando foram investidos €356 milhões.
“O retalho vai continuar a ser um dos principais alvos para o investimento, especialmente porque é um tipo de ativo que envolve um ticket médio mais elevado e adequado à dimensão de negócio pretendida pelos investidores internacionais. Por outro lado, há uma tendência generalizada na Europa de alargar a abrangência geográfica na procura deste tipo de investimento, o que poderá beneficiar mercados mais secundários e trazer ainda mais capital para Portugal nesta área e novos investidores a estrearem-se por cá”, sublinha Fernando Ferreira, Head de Capital Markets da JLL.
Embora o retalho tenha sido dominante nesta performance, cabe ao imobiliário industrial e de logística o papel de destaque, ao aumentar a sua quota no total investido de 3% (em 2016) para 30% nos primeiros seis meses de 2017. Este crescimento deve-se sobretudo à transação do portefólio Logicor, que envolveu um investimento de €260 milhões em ativos sobretudo localizados na Grande Lisboa.
O investimento estrangeiro voltou a aumentar o seu peso no mercado, sendo responsável por 90% do volume investido no semestre (no total de €902 milhões), depois encerrar 2016 com uma representatividade de 85% nos €1.254 milhões investidos nesse ano.