Opinião

De costas viradas na aldeia global

Por a 6 de Fevereiro de 2009 as 9:51

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Parece um contra-senso que, num momento em que a gestão e as vendas são apoiadas por conceitos de marketing concretos e globais como o benchmarking, o networking, o buzz marketing ou o word-of-mouth, nos esqueçamos que não podemos olhá-los como uma via de sentido único – direccionando os nossos interesses para fora da nossa empresa – mas sim como um caminho em dois sentidos, no qual podemos e devemos aprender e apreender o que nos outros países são já casos de estudo.

Falo sobretudo dos sistemas de publicidade no ponto de venda, principalmente no retalho, uma vez que noutras áreas específicas já vamos tendo o olhar crítico para analisar o que de melhor – ou, pelo menos, diferente – se aplica noutros países.

Esta falta de análise ou tentativa de replicação na área do retalho dos novos conceitos de publicidade no ponto de venda, tal como já é prática corrente noutras áreas como a segurança, a arquitectura, os materiais de construção ou o mobiliário, talvez seja ainda derivada de um mercado novo e com alguma turbulência como é o caso da publicidade digital e dos “new media”.

No entanto, se pesquisarmos apenas um pouco em qualquer motor de busca da Internet sobre soluções de publicidade digital no ponto de venda, encontramos por esta aldeia global inúmeros casos, alguns de sucesso, outros nem tanto, mas todos eles com grande experiência acumulada.

As soluções são as mais díspares, assim como o são os segmentos adoptantes ou o tipo de clientes, o que nos permite encontrar alguns modelos bastante próximos dos nossos negócios. E não falamos aqui de estudos ou “white papers” patrocinados, mas de relatos imparciais sobre todo o processo – desde a definição do conceito até à exploração, passando pelo retorno do investimento.

Apesar do grande manancial de informação disponível, o nosso mercado parece não estar a utilizar estes casos como uma fonte real e importante de captação de conhecimentos.

Por vezes, ficamos com a ideia que a resposta às nossas necessidades é uma realidade procurada, desde que não nos confronte com os investimentos e opções que, eventualmente, já deveríamos ter ponderado.

Aproveitemos todo o potencial desta auto-estrada de informação, fazendo o caminho nos dois sentidos. Porque, se a necessidade de comunicar de forma diferente é real e se já sabemos como podemos criar a solução, tiremos partido da experiência acumulada, tornando todo o processo bastante mais eficaz e com retorno do investimento – os clientes vão notar a diferença e as empresas também.

Carlos Leitão, Key Account Professional Solutions Europe, Sony Portugal

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