Distribuição

Governo polaco crítica JM

Por a 8 de Novembro de 2005 as 12:36

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A nova ministra das Finanças polaca, Teresa Lubinska, teceu durou críticas aos grupos estrangeiros de distribuição presentes na Polónia, acusando-os de não contribuírem para o desenvolvimento económico do país. Apesar de não fazer qualquer referência directa à Biedronka, a ministra, em entrevista ao diário Financial Times, cita os grupos Carrefour, Auchan e Tesco catalogando-os de «investimentos não vitais para o crescimento económico do país».

Se o grupo português desvalorizou as declarações de Teresa Lubinska, a Tesco reagiu prontamente, por intermédio de Wojciech Sokol, porta-voz da empresa britânica no país. Em declarações à France Press, o responsável recordou ao Executivo local os investimentos avultados operados pela insígnia na Polónia (1,5 mil milhões de euros), tendo criado, ainda, 19 mil postos de trabalhos.

A posição assumida pela ministra das Finanças recebeu o apoio do primeiro-ministro Kazimierz Marcinkiewicz, não sendo de todo inocente a postura do Governo polaco face aos grupos de distribuição estrangeiros. Isto porque o primeiro-ministro necessita de reunir o consenso dos deputados das facções anti-liberais, ultra-católicos e populistas de modo a viabilizar a aprovação no Parlamento do seu novo Executivo, depois da ruptura da sua força política, o Partido Direito e Justiça, com a Plataforma Cívica. Deste modo, a ataque político direccionado às cadeias de distribuição estrangeiras é encarado como a moeda de troca necessária para garantir a aprovação do Governo.

Paralelamente, a Jerónimo Martins afirmou pretender investir entre 550 a 600 milhões de euros na expansão do grupo em Portugal e na Polónia, durante o período de 2006-2008. Segundo dados divulgados recentemente pelo BPI, o investimento a realizar na Polónia será de 250 milhões de euros, montante que permitirá a abertura entre 80 a 100 novos espaços comerciais por ano naquele país. A ser uma realidade, o grupo deverá deter, em 2008, um parque total aproximado de mil lojas naquela região.

Dentro de portas, a estratégia passa pela inauguração de 25 novas lojas e pela reformulação de outras dez da insígnia Pingo Doce. A cadeia de hipermercados Feira Nova tem previsto a abertura de 25 novas lojas por ano, devendo duplicar as vendas até 2008, para mil milhões de euros.